quinta-feira, 19 de junho de 2008
P70: SARGENTO TEIXEIRA
O facto de o Timóteo me comunicar que a correspondência enviada ao Teixeira vinha sempre devolvida já me fazia adivinhar o pior. A notícia chegou através do Carlos Barbosa. O Sargento Teixeira deixou-nos há 6 anos.
Quem não se recorda da tufada? Sempre que algum soldado pisava o risco lá vinha o Sargento Teixeira: "levas uma tufada". E pronto lá lhe ficou a alcunha de Sargento Tufadas.
Frequentemente vem-me à memória um episódio passado entre nós os dois. O nosso Capitão encontrava-se em reunião, em Bissau, e o Alferes Correia estava de férias na metrópole, pelo que, na altura, eu comandava a Companhia. Por volta da meia-noite entra no meu abrigo o Teixeira, muito apavorado pedindo-me que de imediato, colocasse a guarnição em alerta já que tinha visto a cruzar o céu de Dulombi um BORONAICE (queria referir-se a um very-light) funcionando tal como prenúncio de ataque iminente do IN ao nosso aquartelamento. Desde logo fiquei de pé atrás já que se o IN estivesse pronto para nos atacar não avisaria previamente. De qualquer das formas percorri todos os postos de sentinela e nenhum dos soldados me confirmou ter visto semelhante luz. Felizmente naquela noite não se verificou nenhum ataque e no dia seguinte o Teixeira estava mais sereno.
Bom Homem. Descansa em paz José Avelino.
Esta foto tem a particularidade de juntar o Sargento Teixeira ladeado pelo Carlos Barbosa, pessoa que primeiro soube do seu falecimento e pelo Timóteo que nos transmitiu a notícia.
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