VISITA AO JOSÉ PIRES
O
José Magalhães Pires era um elemento do 3.º pelotão.
Mora
em Ermesinde, distrito do Porto.
O Pires participou apenas num almoço-convívio
realizado no dia 25 de Abril 1992, na cidade de Oliveira do Bairro, no restaurante “A Estância”.
Segundo o Pires, não lhe tem sido possível estar
presente nos convívios anuais da Companhia, visto que, como feirante,
trabalha ao Sábado, dia da semana em que quase todos os convívios têm sido
realizados. Contudo, confidenciou-me que após a sua aposentação – está na idade
de passar o negócio para os filhos – prevê estar presente “nas grandes festas
anuais da Companhia Dulombiana”.
O José Pires na sua venda de frutas, na Feira de
Custóias
O José Pires e a sua filha mais nova
Lemos e Pires
As brancas são a 1 Euro! Então, camaradas, compram ou
não?
Aspecto
geral da bancada de venda do Pires, que se encontra no lado direito. A sua
filha prepara-se para o futuro negócio…
VISITA AO SERAFIM CARNEIRO
Serafim Martins Marques Carneiro, ex-soldado atirador,
integrou a Companhia em rendição individual, em Agosto de 1971.
Fez 67 anos no dia 3 de Junho de 2015.
Está internado na Fundação Lar Evangélico Português,
desde Fevereiro de 2012, sita na rua D. Afonso Henriques, n.º 2767, em Águas
Santas, freguesia do concelho da Maia, sendo a vila mais populosa do distrito do Porto e da Região Norte de
Portugal.
Entrada principal do Lar de idosos da respectiva
instituição
Fundado em 7 de Julho de 1948, o Lar
Evangélico Português é o fruto da visão, do amor, da fé e determinação do
Pastor Joaquim Eduardo Machado e de sua esposa Isénia Machado, apoiados, na
altura, pela 3.ª Igreja Baptista do Porto, que ele próprio fundou e pastoreou.
Motivados por um
profundo desejo de ajudar as inúmeras crianças e idosos desamparados pela crise
do pós-guerra e, apesar dos seus limitados rendimentos, este casal com os seus
seis filhos, começou por receber pessoas na sua própria casa que depressa se
tornou pequena demais. Sem quaisquer garantias financeiras, dependendo apenas
da sua fé e da generosidade de amigos e
organizações solidárias com o seu Sonho, em Julho de 1948 este casal deixou a
casa onde morava e, fundou o Lar Evangélico Português – actualmente sedeado em
Águas Santas, na Maia.
A fundação LEP tem duas vertentes
distintas: O Lar de crianças e jovens e o Lar de idosos.
Então, numa tarde de Sábado, dirigi-me
ao dito Lar e, tocando à campainha do portão principal, entrei.
Logo encontrei o Serafim, sentado no
corredor principal, à espera de ninguém…
Apresentei-me. Já não se lembrava de
mim, e da visita que lhe tinha feito há aproximadamente 3 anos, na casa da sua
irmã Gracinda, a viver em Santa Marinha, Vila Nova de Gaia.
Ofereci-lhe um maço de cigarros. Imediatamente dirigiu-se para o exterior para “matar” o desejo de um cigarrito, enquanto eu,
aproveitando o momento da sua ausência temporária, falei com o enfermeiro que o
tem acompanhado na sua estadia no Lar. O seu quadro clínico e a sua doença
estão relacionados com um certo tipo de esquizofrenia. Mantêm medicação diária.
Serafim Carneiro
Então, o Serafim Carneiro, foi-me confidenciando:
“O meu pai, Humberto Marques Carneiro e a minha mãe,
Laura Martins, exerciam a profissão de antiquários e tinham um estabelecimento
na Praça do Almada, centro cívico da cidade da Póvoa de Varzim, logo localizada
no Centro da cidade, contendo a escultura que homenageia o escritor Eça de
Queiroz, que ali nasceu.
Deixei a casa dos meus pais aos 12 anos e fui para
Paris. Fui considerado desertor e ao apresentar-me na Embaixada portuguesa em
Paris, vim para Portugal quase sob prisão. Foi em Paris que comecei a ser
conhecido por «Frits», talvez por ter uma estatura considerável e ter exercido
a profissão de cozinheiro.
Chegado a Portugal, fui para o Quartel da Amadora,
onde fiquei sob prisão. Como a minha família tinha uma certa posição e
conhecimentos – importante para a altura – vim para Coimbra tirar a
especialidade de enfermeiro, no Regimento de Serviços de Saúde e fui
mobilizado para Angola, como 1.º cabo.
Iniciei a 1.ª Comissão no Ultramar, na cidade de Nova
Lisboa, hoje denominada Huambo. Estive lá 2 meses e 17 dias. Num certo dia,
apareceram por lá uns oficiais, nomeadamente um Senhor Capitão (Fernandes), e
um senhor Tenente (Almeida), que começaram a mandar umas «bocas» e então,
mandei-os para o hospital, o primeiro com um braço partido e o segundo sem uns
dentes…
Nessa altura era ajudante do Dr. Vítor Veloso, médico.
Nota do
autor: segundo me disse o Serafim Carneiro, este médico ainda exerce a
profissão no Hospital de Santo António, no Porto, e tem consultório na
Boavista. Realmente existe a Clínica Dr. Vítor Veloso especializada em
Oncologia e Cirurgia Geral, no Porto. Contudo, o Serafim deve estar confundido já que o Dr. Veloso, como médico miliciano, provavelmente, só terá feito uma comissão de serviço e esta, na Guiné.
Então estive
preso durante algumas semanas.
Fui castigado
com uma 2.ª Comissão e enviado para a Guiné, como soldado-atirador. Fui
integrado num pelotão denominado "Os Cobras" pertencente à Companhia 127,
integrada no batalhão 1322 ou 1324 (Referências
dadas pelo Serafim, que podem não ser as correctas. O Serafim tem no seu braço esquerdo uma tatuagem com a inscrição: Guiné
1970/72 e o desenho de uma cobra).
Estive em Bissau pouco tempo. Depois fui destacado
para Galomaro, Cancolim, Saltinho e Dulombi.
Lembro-me de alguns nomes desse tempo de tropa:
alferes Costa, alferes Pereira, Major Mendes, Major Teles, Capitão Fernandes,
soldado Franklin de Vila do Conde, soldado Pandaio, entre outros.”
O nosso “gigante” Serafim.
Não admira que tenha
mandado para o hospital dois oficiais….
A foto da praxe: o “gigante” Serafim e o Lemos
Segundo me confidenciou o Serafim, o seu internamento iniciou-se quando perfez 57 anos de idade, e foi preparado pela sua irmã
Gracinda. A sua 1.ª instituição de internamento foi fechada pela Segurança
Social, devido às más condições que oferecia aos utentes. Em Fevereiro de 2012
instalou-se no Lar Evangélico Português na secção dos idosos.
O Serafim tem três filhos da 1.ª mulher e uma filha da
2.ª mulher. Nenhum dos filhos o vem visitar, segundo me disse. Apenas a sua irmã
Gracinda o visita regularmente e o leva a passar uns fins-de-semana em Vila
Nova de Gaia.
O Lar de idosos oferece actividades aos internados
que, no momento, são 49. O Serafim participa em algumas dessas actividades,
nomeadamente:
- Ginástica
- Jogos de cartas, dominó, bingo, etc.
- Trabalhos manuais
- Passeios regulares a localidades
- Praia (actividade realizada da parte da manhã).
Terminada a visita, o Serafim ficou ao portão da
Instituição a ver-me partir, depois de termos ido tomar um cafezinho à
confeitaria da sua preferência, ficando a promessa de uma próxima visita.
Grande abraço, Serafim.
(Obs.: O
Serafim nunca compareceu aos convívios da Companhia 2700, contudo, não está
impossibilitado de participar. Apenas necessita que alguém se responsabilize
perante a Instituição, de o ir buscar a Águas Santas e o trazer de novo para o
Lar. É calmo, amigo, afável e gosta de conviver).
VISITA AO TEODORO DA CRUZ ABREU
O Teodoro Abreu era um elemento do 2.º
pelotão, tendo sido depois destacado para a equipa de reordenamento.
Mora na cidade de Vila Nova de Gaia, na freguesia de
Mafamude.
O Teodoro participou até à data, em quatro convívios
da Companhia. O primeiro Convívio em que participou foi em Abril de 1997, no
Quartel de Abrantes. Depois esteve presente no Convívio realizado em
23/04/2005, na Quinta dos Choupos, na cidade de Gondomar. Também esteve
presente no Convívio realizado em Braga, na Quinta das Rosas no ano de 2007.
Por fim, participou no 1.º Convívio realizado em Fátima, na Casa Beato Nunes, no
dia 27/04/2008.
Teodoro Abreu
O Teodoro continua a gozar a sua reforma.
Á mesa de uma esplanada do Corte
Inglês, em Mafamude, conversamos sobre a vida e relembramos os tempos de
Dulombi, revendo algumas fotos que levei, enquanto saboreávamos um cafezinho.
Mensagem do Teodoro para a Companhia
2700:
“Cumprimentos
para todos os amigos da 2700, em particular para o ex-alferes Barata, o nosso
Capitão Carlos Gomes, agora Coronel, e os camaradas de reordenamento com quem
trabalhei, nomeadamente, Armindo Ramos, António Francisco Almeida, e o
ex-furriel Maurício.
Não
tenho tido oportunidade de estar presente nos últimos Encontros/Convívios,
contudo haverão outras oportunidades”.
A foto da praxe: Teodoro e Lemos
Outros afazeres me esperavam. Despedimo-nos com um
abraço e a promessa de nos encontrarmos mais vezes, já que moramos
relativamente perto.
Ricardo Lemos
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