segunda-feira, 11 de setembro de 2017

P665: BRILHANTE TESTEMUNHO DO RICARDO LEMOS

SAUDADES

           Hoje acordei com saudades das visitas que fiz durante alguns anos e das lembranças de ter percorrido Portugal de Norte a Sul à procura de camaradas da Companhia de Caçadores 2700, cujos paradeiros não eram conhecidos na altura. A lista primitiva estava muito incompleta e não actualizada e surgiu a vontade e o tempo de participar na elaboração de um documento mais actualizado.
            Tudo começou em Junho de 2011 com uma visita do Evaristo Borges, emigrante em França, à minha residência, depois de uma indicação dada pelo Barata sobre o seu paradeiro. Afinal éramos fregueses da União de freguesias de Perafita, Lavra e Santa Cruz do Bispo. Começou então, o trabalho sobre as Relíquias Fotográficas, uma recolha intensiva de fotografias e histórias que cada um tinha no seu “baú” e colocando-as todas no nosso site oficial. E esse trabalho prolongou-se até Janeiro de 2015!
           Mas hoje acordei com saudades, com um sentimento de mágoa e nostalgia, causado pelo desaparecimento de alguns desses camaradas que visitei.
           Mas hoje acordei com saudades…o meu amigo se foi para sempre. No seu lugar ficaram estas saudades eternas, que eternamente serão sentidas com muita tristeza.
          Mas hoje acordei com saudades…porque a saudade existe não porque estamos longe, mas porque um dia estivemos juntos.
          Mas hoje acordei com saudades…na minha casa da memória, que é uma cabana pequenina a um canto do coração.
          Então, vou “matar as saudades” percorrendo a:
  E a 1.ª rua da saudade chamou-se Nossa Senhora de Fátima, quando fiz uma visita ao meu amigo ex-soldado atirador do 1.º pelotão Fernando da Costa Ramos. Almoçámos num restaurante em Vila do Conde. Passeámos pelas ruas da cidade…Até as danças de salão partilhámos, pois o Ramos gostava desta actividade. Mas a doença chegou e o Ramos partiu…e os sinos tocam de um modo muito diferente do normal quando um amigo morre!
                                                                                      Eternas saudades, Ramos…
          E a 2.ª rua da saudade chamou-se Rua S. Cipriano, quando fiz uma visita ao meu amigo ex-soldado atirador do 4.º pelotão José da Silva Ribeiro, acompanhado pelo Rodrigues condutor para os lados de Tabuadelo.
         O José Ribeiro já na altura andava bastante doente, com AVC múltiplos desde 2002, chegando ao ponto de ter de amputar a perna esquerda.
         A notícia do seu falecimento chegou através do camarada Rodrigues e, mais uma vez, a saudade bateu à minha porta. Ainda há pouco tempo lá tinha estado!
                                                                                            Eternas saudades, José…
  
          E a 3.ª rua da saudade chamou-se Rua Guardão, quando fiz uma visita ao meu amigo ex-soldado atirador do 1.º pelotão David Coelho Jorge, e ajudante dos mecânicos da Companhia.
          Com a sua simplicidade me acolheu na sua casa, na companhia da sua simpática esposa, Lembro-me perfeitamente de subirmos uma pequena rua para lhe oferecer o cafezinho da manhã. Nessa altura notei que o meu amigo David ficou muito ofegante apenas pela distância percorrida desde a sua residência até ao café mais próximo. O David confessou-me, então, que era do tabaco, pois fumava muito.
           Na altura do seu aniversário telefonei-lhe. Atendeu-me a esposa, pesarosa, pois já não lhe podia dar os parabéns…tinha falecido há dias! O meu coração ficou triste, o David tinha partido…
                                                                                        Eternas saudades, David…
  
          E a 4.ª rua da saudade chamou-se Rua de Mosteiros, quando fiz uma visita ao meu amigo ex-alferes atirador do 1.º pelotão Carlos Manuel da Silva Tavares Correia e, aos 65 anos de idade, Tenente-coronel do Exército.
         Recebeu-me, afectuosamente na sua residência no Entroncamento. Teve a gentileza de, pessoalmente, na sua típica sala rústica, nos cozinhar um delicioso cozido à portuguesa. Foi uma tarde maravilhosa e, no nosso regresso ainda nos ofereceu umas garrafas de bom vinho da sua colheita e ainda umas garrafinhas de jeropiga.
         Algum tempo depois, as notícias da sua débil saúde foram chegando através do camarada Timóteo. E lá chegou o triste dia da notícia do seu falecimento. O meu coração tornou a ficar triste…  
                                                                                       Eternas saudades, Carlos…

          E a 5.ª rua da saudade chamou-se Rua de Carral, quando fiz uma visita ao meu amigo ex-1.º cabo estofador-correeiro, pertencente aos quadros da CCS de Galomaro, Adriano Martins Ferreira.
         Aquando da minha visita aos meus camaradas de Lourosa e Paços de Ferreira, fui presenteado pela cativante cordialidade do camarada Adriano, tendo a honra de ser recebido à porta do restaurante S. Domingos, em Carvalhosa, e ser presenteado com um lauto almoço, na companhia de sua esposa, filhos, genros e netos.
        Na altura, o Adriano andava bem de saúde, apesar de já ter efectudo uma intervenção cirúrgica ao coração.
                                                                                     Eternas saudades, Adriano…

          E a 6.ª rua da saudade chamou-se Rua da Quelha, quando fiz uma visita ao meu amigo ex-1.º cabo enfermeiro, José Porfírio Gaspar.
          Nas férias de Agosto de 2016, a convite do Gaspar, fomos até Unhais da Serra tendo sidos recebidos gentilmente pelo Gaspar e pela sua esposa D. Amália. Visitámos o “Café Gaspar”, situado à berma da Estrada Nacional, que recentemente tinha sido trespassado e, segundo o Gaspar, estava na hora de gozar a reforma e assim ter a possibilidade de dar uns passeios por terras mais distantes.
          Almoçámos no famoso restaurante “As Thermas” e passeámos por Unhais da Serra.
          Agora sei que o Gaspar já devia estar doente, mas ninguém sabia…
          A triste notícia chegou pelo Barata: “Lemos, faleceu o Gaspar devido a uma septicemia”.
          Duas semanas antes do seu falecimento o Gaspar tinha-me telefonado a dar o seu novo e-mail, para contactos futuros! Tudo muito rápido…
          Desta vez o meu coração tremeu e entristeceu-se de saudades…mais um amigo tinha partido de repente, depois de promessas de visitas recíprocas!
                                                                                  Eternas saudades, Gaspar…

           Hoje acordei com saudades!   

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

P664: ROTEIROS (VII)

           Cá estamos novamente com o tema “Roteiros”.
          Aproveitando as férias e um passeio pelo Norte do país, passámos por cidades e vilas lindíssimas e aproveitámos para cumprimentar/visitar mais uma vez o camarada Domingos Pires da “nossa” Companhia.

O Domingos Pires embarcou no Carvalho Araújo no dia 25 de Novembro de 1970 e chegou à Guiné (Bissau) a 4 de Dezembro. Depois seguiu rumo a Dulombi, ainda antes do Natal de 1970, tendo rendido o Franco.
O Pires abandonou Dulombi em Novembro de 1971 e integrou-se novamente no Batalhão de Engenharia 447 a que pertencia, com sede em Bissau, onde ficou a completar a comissão, tendo regressado à Metrópole no dia 4 de Janeiro de 1973.
           Manhã cedo rumámos a Sendim, vila portuguesa do Concelho de Miranda do Douro. Devido à reorganização administrativa de 2012/2013, agora é denominada União das freguesias de Sendim e Atenor. Aqui se fala o mirandês. A freguesia está inserida na zona do Parque Natural do Douro Internacional, uma zona rica em fauna e flora. A 6 km passa o Rio Douro, onde se proporcionam vistas magníficas. Pode-se encontrar junto ao rio um cais fluvial. Nesta zona aproveitámos para fazer várias pescarias, sendo as carpas a espécie mais abundante. A sorte não foi muita, mas tivemos a informação que o peixe andava “arredio” e com pouca vontade de comer. Contudo, ainda deu para “matar” o vício.
            Instalámo-nos no Hotel Encontro, já habitual nestes passeios, e aqui ficámos por uma semana. Ainda deu tempo para uns passeios por Espanha, incluindo Zamora e atestar o depósito de gasóleo a 0,89 euros!

                                              Sala de jantar do Hotel Encontro

Fomos visitar o Domingos Pires no seu local de trabalho.

        A entrada do armazém de materiais de construção dos irmãos Pires

E o diálogo iniciou-se com umas perguntas previamente estudadas:

Lemos: Quais as melhores lembranças que tiveste da Companhia 2700?
Pires: As melhores lembranças foram a convivência e a amizade entre os camaradas.

Lemos: E de Dulombi, especificamente?
Pires: Lembro-me perfeitamente quando fomos atacados pelas célebres “costureirinhas””. Estava eu e o falecido Ramos em cima de um posto de sentinela a carregar a placa, posto este localizado junto à caserna dos Comandos e logo nos “atirámos” para a vala ou trincheira – que estava repleta de água – e, agachados, dirigimo-nos ao abrigo para buscar as nossas G3. Mas não chegámos a disparar. O camarada “Russo” logo mandou uma série de morteiradas “mortíferas” para o “inimigo” que, segundo sei, tinha muito receio deste “Russo” e até ouvi dizer que tinha a cabeça a “prémio”!

Lemos: Tens ido regularmente aos nossos convívios anuais?
Pires: Segundo me lembro, já participei em 8 convívios. Não fui este ano por estar
          doente.

Lemos: Então, como vai a saúde?
Pires: Pois a “zona”, doença infecciosa causada pelo vírus da varicela e caracterizada por inflamação dolorosa da pele e erupções vesiculares localizadas, atacou-me, não me permitindo sair de Sendim. Felizmente, parece que já estou curado.

Lemos: Continuas no activo?
Pires: Claro, sou empresário e não posso abandonar o trabalho.

Lemos: E quais os teus hobbies?
Pires: Ao fim de semana tenho as minhas propriedades para tratar, como os campos, as vinhas, as oliveiras (tenho 500 pés), etc.

Lemos: Costumas consultar o nosso blogue?
Pires: Apesar de estar numa secretária e com computador, é raro “visitar” o site, muitas das vezes pelo muito trabalho que tenho a atender os clientes.

Lemos: Uma mensagem para a 2700.
Pires: Para os camaradas da 2700 muita saúde e felicidades para todos.

Domingos Pires no escritório

A foto da praxe.

            A visita não foi demorada, até porque o Pires tinha que atender os seus clientes. Continuámos a conversar no dia seguinte e ainda deu tempo para nos fazer oferta de meia dúzia de deliciosas melancias da região.
             Deixamos aqui os votos de uma boa saúde.
            Até breve

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

P663: SETEMBRO ANIVERSÁRIOS

8https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixtbnEidcJv7d1xvpsp89A6rW9uPNX-hKJqI9PrVIiTkxsVjGN1DOtC2ejcAXw98i-FNt-UvVJZ7NYxLgmvYd-FhVdFZkUohaOidLNLuGjjSPV6894YkUSD7EYKzoY5Zz7bTs4hpFODW0/s1600/francisco.jpg - Eduardo Rosa Francisco




8 - Manuel Leitão Portugal










9 - Aníbal de Sousa Barros










10 - António Simões
 
12 -Alfredo Azevedo Pereira













13 - Domingos Lemos
       






  

14 - Carlos Oliveira Costa

15 - Manuel Parada










19 - Vítor Rodrigues










19 - António Barreira










24 - António Diogo










24 - João Baltazar Bilro










29 - Abílio Saraiva










30 - Helder Coelho