domingo, 22 de março de 2009

P108: MACHADINHA DA PAZ



Há dias vasculhando o sótão de casa deparei com o machado que reproduzo. Foi a prenda que eu levei à minha mãe da primeira vez que me desloquei, de férias, a Portugal. A razão deste Post prende-se com o facto de que este e outros machados terem sido feitos por um habitante de Dulombi e pelo seu significado já que seria praticamente o único bem tangível elaborado por eles. Como todos sabem a população autóctone de Dulombi não era minimamente auto-suficiente gravitando à volta da estrutura militar que disponibilizava, fundamentalmente, uma quantidade mensal de arroz, alimento que só tinha acompanhamento quando algum dos habitantes conseguia caçar alguma peça (javali ou pacaça) ou quando algum galináceo estava apto a ser imolado. Saliento que a cunha do machado é feita em alumínio (bauxite), mineral existente em abundância na região de Madina do Bóe. Os rendilhados eram feitos com um ponteiro, trabalho minucioso e demorado. Mas, também, tempo era coisa que não faltava por aquelas paragens.

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