segunda-feira, 9 de novembro de 2009

P131: MISSÃO DE RESGATE DE MILITARES


Porque fará parte desta missão o nosso colega Tenente-coronel Correia, com a devida vénia, passo a transcrever notícia inserta no Diário de Notícias de hoje.






Missão para resgatar militares mortos na Guiné-Bissau
A Liga dos Combatentes realiza este mês, no Sul da Guiné, uma quarta operação para recuperar e identificar duas dezenas de soldados lusos
A Liga dos Combatentes (LC) vai iniciar na Guiné-Bissau, no próximo dia 15, uma quarta missão de resgate dos restos mortais de soldados portugueses que ali caíram durante a guerra colonial.
O presidente da LC, general Chito Rodrigues, adiantou ao DN que a operação vai realizar-se no sul da Guiné. Trata-se de localizar, recuperar e identificar duas dezenas de corpos para, depois, os trasladar para o talhão português existente no cemitério de Bissau.
A operação vai realizar-se nos mesmos moldes das três anteriores: avança uma equipa de militares da Liga para se encarregar dos trabalhos preparatórios que antecedem a chegada do grupo de especialistas liderados pela antropóloga Eugénia Cunha, referiu o general Chito Rodrigues.
A missão de reconhecimento da LC no sul da Guiné decorreu no final de Março desde ano - à margem dos trabalhos de recuperação de 17 corpos de militares portugueses que então teve lugar em Gabu - e permitiu identificar sete lugares diferentes onde se estima que estejam duas dezenas de soldados.
Esta missão, que vai ser liderada pelo major-general Fernando Aguda, termina no próximo dia 28, acrescentou Chito Rodrigues.
A Guiné-Bissau foi o país onde a Liga dos Combatentes, no âmbito do seu programa "Conservação das Memórias", realizou as missões de recuperação dos corpos militares mortos durante a guerra colonial e que ficaram nos territórios das antigas colónias portuguesas.
Segundo as estimativas, o conflito colonial - de 1961 a 1975 - deixou cerca de 4000 militares espalhados pelos territórios de Angola, Moçambique e Guiné- -Bissau, embora só cerca de 1300 sejam naturais de Portugal.
Por enquanto, os esforços da LC para fazer missões de reconhecimento em Angola e Moçambique têm-se revelado infrutíferos. Mas, no caso deste último país lusófono e durante a visita oficial que o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas portuguesas ali fez em Março, o general Valença Pinto presidiu a uma cerimónia de homenagem aos soldados lusos enterrados no cemitério de Lhanguene, Maputo.
Quanto à Guiné-Bissau, a primeira das missões decorreu em Guidaje (norte do país), em Março de 2008, e permitiu à Liga recuperar 11 corpos,.
A segunda das missões concretizou-se em Dezembro do mesmo ano em Farim (também no norte da Guiné-Bissau), envolvendo também a equipa do Instituto de Medicina Legal chefiada pela antropóloga Eugénia Cunha, que permitiu recolher mais 13 corpos do cemitério local.
A terceira e última das operações já realizadas pela Liga dos Combatentes na Guiné-Bissau realizou-se em Março deste ano, em Gabu (nordeste do país), permitindo trasladar para Bissau mais duas dezenas de ossadas.
Um aspecto delicado do projecto da Liga diz respeito ao local onde deixar os corpos desses militares.
O Estado e, por extensão, a Liga dos Combatentes, defendem que os corpos dos combatentes portugueses devem ficar nos cemitérios dos países onde morreram - como sucede, por exemplo, em França, com os soldados que caíram durante a II Guerra Mundial. A essa opção não é estranha a factura a pagar por trasladar esses restos mortais.
Porém, há quem defenda - associações pára-quedistas, por exemplo - que o Estado deveria assumir a responsabilidade de trazer os seus militares "para casa", até porque os custos "não são tão elevados" como se diz.

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