segunda-feira, 29 de março de 2010
segunda-feira, 22 de março de 2010
P160: 22 MARÇO 1972 - O REGRESSO
Perfaz, hoje, precisamente, 38 anos que nós chegámos da Guiné após cumprimento de arriscada missão.
Por volta das 9 horas da noite e cumpridas as formalidades militares no Aeroporto Militar de Figo Maduro (recordo-me ter recebido um papelinho A5 assinado pelo Comandante do Regimento de Abrantes, Coronel Sousa Menezes, declarando que passaria à disponibilidade a partir de 11 de Abril) lá seguiu cada um de nós para o seu ninho onde familiares e amigos nos esperavam.
A partir de então nova página, ou melhor, novo capítulo começámos a escrever no nosso livro da vida.
Hoje é, portanto, para todos nós, homens que chegaram sãos e salvos, motivo para festejarmos. Contudo, para mim é um dia triste.
Explico porquê. A 24 de Abril de 1970, ao entrar no navio Carvalho Araújo “assinei”, de forma solene e tácita, um imaginário contrato com todos os pais de cada um dos homens vinte e cinco homens que comigo partiam fazendo parte do meu pelotão, prometendo fazer o meu melhor de forma a que no regresso, com muito orgulho e paz de espírito, lhes devolvesse os seus filhos tal como, naquele momento, eles me os estavam confiando.
A 10 de Agosto de 70, o inimigo, de forma traiçoeira (mina anticarro), destruiu o meu sonho. Desculpa CARRASQUEIRA.
Por volta das 9 horas da noite e cumpridas as formalidades militares no Aeroporto Militar de Figo Maduro (recordo-me ter recebido um papelinho A5 assinado pelo Comandante do Regimento de Abrantes, Coronel Sousa Menezes, declarando que passaria à disponibilidade a partir de 11 de Abril) lá seguiu cada um de nós para o seu ninho onde familiares e amigos nos esperavam.
A partir de então nova página, ou melhor, novo capítulo começámos a escrever no nosso livro da vida.
Hoje é, portanto, para todos nós, homens que chegaram sãos e salvos, motivo para festejarmos. Contudo, para mim é um dia triste.
Explico porquê. A 24 de Abril de 1970, ao entrar no navio Carvalho Araújo “assinei”, de forma solene e tácita, um imaginário contrato com todos os pais de cada um dos homens vinte e cinco homens que comigo partiam fazendo parte do meu pelotão, prometendo fazer o meu melhor de forma a que no regresso, com muito orgulho e paz de espírito, lhes devolvesse os seus filhos tal como, naquele momento, eles me os estavam confiando.
A 10 de Agosto de 70, o inimigo, de forma traiçoeira (mina anticarro), destruiu o meu sonho. Desculpa CARRASQUEIRA.
quinta-feira, 18 de março de 2010
P159: JOSÉ LUÍS DJAU - MECÂNICO
Numa das contribuições do Lemos para o nosso Blog, no Post editado em Janeiro de 2008 e com o título: "Vamos lá seguir o exemplo do Lemos", este referia que a certa altura da comissão foi aumentado ao quadro do pessoal um indivíduo de cor, do qual não se recordava o nome. Passado algum tempo sou contactado pelo ex-Furriel da Companhia que nos foi render e que tinha a mesma actividade do Lemos, o Manuel Rodrigues, de Mortágua. Referiu-me ter lido o Post do Lemos adiantando que o indivíduo em questão se chamava José Luís Djau e que este também tinha transitado para a sua Companhia. Inclusivamente, como tinha o seu número de telefone aproveitou para, na minha presença, trocar alguns "jametus". Como a minha filha esteve em trabalho durante algumas semanas em Bissau, pedi-lhe que tentasse encontrar o Djau já que ele tinha um táxi na Praça de Bissau. A tentativa teve êxito e para a posterioridade aqui fica uma foto do Djau (ladeado pelos mecânicos Santos e Rosa) nos seus tempos de mecânico da 2700 e outras duas com o seu aspecto actual.
sexta-feira, 12 de março de 2010
P158: PESCADORES, CAÇADORES E OUTROS... (POR RICARDO LEMOS)
JÁ NÃO ME LEMBRAVA DESTE RIO FANDAUOL.
SEI QUE HAVIA UM RIO QUE SE FORMAVA NO INVERNO, PERTO DO NOSSO ACAMPAMENTO. EU IA PESCAR NESSE RIO. OS PEIXES ERAM PEQUENOS E MUITO COLORIDOS E ERAM UM PETISCO, FRITINHOS EM AZEITE PELOS NOSSOS COZINHEIROS. SEI QUE NO VERÃO ESSE RIO SECAVA E APENAS HAVIA UNS POÇOS COM ÁGUA, MAS BEM FUNDOS.
CERTO DIA, NO VERÃO, FUI PESCAR, NA BRINCADEIRA, PARA UM DESSES POÇOS, MAS COM A CONVICÇÃO QUE SÓ IA DAR BANHO À MINHOCA. PREPAREI A CANA, COM UMA BÓIA E LÁ FIQUEI ALGUM TEMPO. DE REPENTE A BÓIA AFUNDOU-SE, E NÃO É QUE UM PEIXE ENORME MORDEU O ISCO.
FIQUEI ESPANTADO COMO É QUE HAVIA PEIXE GRANDE QUE FICAVA NESSES POÇOS DURANTE O TEMPO SECO. É EXTRAORDINÁRIO COMO É QUE NUM RIO SECO DE VERÃO SE PESCAVA ABUNDANTEMENTE NO INVERNO. NUMA DAS VEZES QUE ME DESLOQUEI A BISSAU, FUI PESCAR PARA O CAIS PRINCIPAL. A CORRENTE ERA ENORME. LÁ ARRANJEI OS APETRECHOS E LANCEI O ISCO.
PASSADO ALGUM TEMPO SENTI UM FORTE ESTICÃO, E LÁ PESQUEI UM PEIXE DE 1KG APROXIMADAMENTE. REPETIU-SE A HISTÓRIA UMAS TANTAS VEZES. NO ÚLTIMO LANÇAMENTO, SENTI UM PEQUENO ESTICÃO, E PENSEI QUE SERIA UM PEIXITO... QUANDO TAL, AO APROXIMAR-SE DO CAIS, O DITO PEIXE, DEU UM SALTO FORA DA ÁGUA....TERIA MAIS DE 30 KG, AFUNDOU, VEIO CONTRA A CORRENTE, NA MINHA DIRECÇÃO, ENTROU POR BAIXO DO CAIS, E COMO ESTE TINHA IMENSOS MEXILHÕES, A LINHA CORTOU-SE, E LÁ FOI O PEIXE. TAMBÉM EU NÃO O CONSEGUIRIA RETIRAR SOZINHO DA ÁGUA. NO XIME, ENQUANTO ESPERAVA A LANCHA, PESCAVA ENORMES CARANGUEJOS, BEM GORDOS E APETITOSOS. ERA SÓ PÔR UM RABO DE BACALHAU NUMA REDE IMPROVISADA... E EM BAFATÁ, APANHAVA DAQUELES CAMARÕES GIGANTES, IGUAIS ÁQUELES QUE NÓS PETISCÁVAMOS NAQUELES "CAFÉS". DEPOIS TRAZIA-OS PARA DULOMBI.
CERTO DIA ESTAVA EU A PESCAR NO RIO QUE BANHAVA BAFATÁ (COMO ERA O SEU NOME? Geba - nota do Editor) E PESQUEI UM PEIXE REDONDO, NEGRO, GRANDE, E PEDI A UM SOLDADO QUE ESTAVA À MINHA BEIRA PARA O RETIRAR DO ANZOL... LEVOU UM CHOQUE QUE ATÉ VIU ESTRELAS...
ENFIM, HISTÓRIAS DA PESCA TENHO-AS AOS MONTES...(então não te esqueças de as transmitires para serem publicadas no nosso Blog - nota do editor)
UM ABRAÇO,
LEMOS
SEI QUE HAVIA UM RIO QUE SE FORMAVA NO INVERNO, PERTO DO NOSSO ACAMPAMENTO. EU IA PESCAR NESSE RIO. OS PEIXES ERAM PEQUENOS E MUITO COLORIDOS E ERAM UM PETISCO, FRITINHOS EM AZEITE PELOS NOSSOS COZINHEIROS. SEI QUE NO VERÃO ESSE RIO SECAVA E APENAS HAVIA UNS POÇOS COM ÁGUA, MAS BEM FUNDOS.
CERTO DIA, NO VERÃO, FUI PESCAR, NA BRINCADEIRA, PARA UM DESSES POÇOS, MAS COM A CONVICÇÃO QUE SÓ IA DAR BANHO À MINHOCA. PREPAREI A CANA, COM UMA BÓIA E LÁ FIQUEI ALGUM TEMPO. DE REPENTE A BÓIA AFUNDOU-SE, E NÃO É QUE UM PEIXE ENORME MORDEU O ISCO.
FIQUEI ESPANTADO COMO É QUE HAVIA PEIXE GRANDE QUE FICAVA NESSES POÇOS DURANTE O TEMPO SECO. É EXTRAORDINÁRIO COMO É QUE NUM RIO SECO DE VERÃO SE PESCAVA ABUNDANTEMENTE NO INVERNO. NUMA DAS VEZES QUE ME DESLOQUEI A BISSAU, FUI PESCAR PARA O CAIS PRINCIPAL. A CORRENTE ERA ENORME. LÁ ARRANJEI OS APETRECHOS E LANCEI O ISCO.
PASSADO ALGUM TEMPO SENTI UM FORTE ESTICÃO, E LÁ PESQUEI UM PEIXE DE 1KG APROXIMADAMENTE. REPETIU-SE A HISTÓRIA UMAS TANTAS VEZES. NO ÚLTIMO LANÇAMENTO, SENTI UM PEQUENO ESTICÃO, E PENSEI QUE SERIA UM PEIXITO... QUANDO TAL, AO APROXIMAR-SE DO CAIS, O DITO PEIXE, DEU UM SALTO FORA DA ÁGUA....TERIA MAIS DE 30 KG, AFUNDOU, VEIO CONTRA A CORRENTE, NA MINHA DIRECÇÃO, ENTROU POR BAIXO DO CAIS, E COMO ESTE TINHA IMENSOS MEXILHÕES, A LINHA CORTOU-SE, E LÁ FOI O PEIXE. TAMBÉM EU NÃO O CONSEGUIRIA RETIRAR SOZINHO DA ÁGUA. NO XIME, ENQUANTO ESPERAVA A LANCHA, PESCAVA ENORMES CARANGUEJOS, BEM GORDOS E APETITOSOS. ERA SÓ PÔR UM RABO DE BACALHAU NUMA REDE IMPROVISADA... E EM BAFATÁ, APANHAVA DAQUELES CAMARÕES GIGANTES, IGUAIS ÁQUELES QUE NÓS PETISCÁVAMOS NAQUELES "CAFÉS". DEPOIS TRAZIA-OS PARA DULOMBI.
CERTO DIA ESTAVA EU A PESCAR NO RIO QUE BANHAVA BAFATÁ (COMO ERA O SEU NOME? Geba - nota do Editor) E PESQUEI UM PEIXE REDONDO, NEGRO, GRANDE, E PEDI A UM SOLDADO QUE ESTAVA À MINHA BEIRA PARA O RETIRAR DO ANZOL... LEVOU UM CHOQUE QUE ATÉ VIU ESTRELAS...
ENFIM, HISTÓRIAS DA PESCA TENHO-AS AOS MONTES...(então não te esqueças de as transmitires para serem publicadas no nosso Blog - nota do editor)
UM ABRAÇO,
LEMOS
terça-feira, 9 de março de 2010
P157: SALIU DJAU
Num dos nossos encontros o Coronel Carlos Gomes disse-me ter encontrado o Saliu Djau, um dos "sargentos" do Pelotão de Milícias que connosco cooperava. Deu-me o seu número de telemóvel e várias vezes tentei contactá-lo mas em vão. Há tempos quando visitei o Amadu, em Sacavém, este referiu-me que o Saliu vivia perto do seu estabelecimento mas naquele momento encontrava-se na Guiné. Da segunda vez que visitei o Amadu, embora não tenha conseguido estar com ele, no entanto, quem o estava a substituir referiu-me que o Saliu já não se encontrava em Portugal pois, após o falecimento da esposa, tinha decidido ir viver definitivamente para a Guiné e que se encontrava a morar em Bafatá. Como no âmbito da exumação dos nossos militares que ficaram em solo guineense o nosso Camarada Correia se tem deslocado à Guiné - como todos vós sabeis - pedi-lhe que ao passar por Bafatá tentasse encontrar o Saliu. Para a posterioridade aqui fica a prova desse reencontro.É-me particularmente grato verificar o óptimo aspecto com que o Saliu se encontra e com alguma emoção recordei os tempos em que lado a lado pisávamos os trilhos da Guiné. A ti, Correia, os meus agradecimentos por teres conseguido estas fotos.
segunda-feira, 8 de março de 2010
P156: AGRUPAMENTO MUSICAL D'ARRASAR
Nos anos 70 faziam as delícias do vasto público que acorria de toda a região do Cossé para assistir aos seus espectáculos no CCD (Centro Cultural do Dulombi). No Jifim e no clímax duma actuação o palco veio abaixo. A sua última actuação foi em Paiai Lemenei. Composição: Leandro - viola; Maurício - percussão; Lemos - acordeon; Soares - pratos; Pires - gumbri; Timóteo - parabólica; Moniz - manager; Rico - sonoplasta e Coelho - luminotécnico.
Em 2010, voltarão a reunir os seus elementos para actuar a 24 de Abril no Restaurante Flor do Bolhão, em Fiães. Vão ARRASAR!!!
Em 2010, voltarão a reunir os seus elementos para actuar a 24 de Abril no Restaurante Flor do Bolhão, em Fiães. Vão ARRASAR!!!
terça-feira, 2 de março de 2010
P155: OS NOSSOS MARÇOS
04-Mar-71 Op. "EFICAZ JUSTIÇA"
09-Mar-71 Op."ARAME FARPADO"
12-Mar-71 Op. "CIDADE HISTÓRICA"
26-Mar-71 Op. "ETERNA JUVENTUDE"
30-Mar-71 Op. "ATAQUE FAMOSO"
08-Mar-72 Falece, em Bissau, vítima de pneumonia, o Adriano Francisco
10-Mar-72 Termina a responsabilidade da nossa Companhia no subsector
11-Mar-72 Transporte para o Xime. Embarque em LDG até Bissau. Ficámos no Cumeré a aguardar transporte para a Metrópole
22-Mar-72 Regresso à Metrópole por via aérea
09-Mar-71 Op."ARAME FARPADO"
12-Mar-71 Op. "CIDADE HISTÓRICA"
26-Mar-71 Op. "ETERNA JUVENTUDE"
30-Mar-71 Op. "ATAQUE FAMOSO"
08-Mar-72 Falece, em Bissau, vítima de pneumonia, o Adriano Francisco
10-Mar-72 Termina a responsabilidade da nossa Companhia no subsector
11-Mar-72 Transporte para o Xime. Embarque em LDG até Bissau. Ficámos no Cumeré a aguardar transporte para a Metrópole
22-Mar-72 Regresso à Metrópole por via aérea
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