Certo
dia o Fernando Barata mostrou-me interesse em publicar, no nosso Blog, um post tendo como tema o célebre “Café Borges”, do nosso escriturário em Dulombi. Então, perguntou-me se
tinha fotos desse estabelecimento e se sabia um pouco da história sobre esse
local de encontro dos nossos combatentes, onde se ia beber um cafezinho
acompanhado pelo bagaço, ou beber umas “bazucas” fresquinhas enquanto se batiam
as cartas para um jogo de sueca. Para além disso, também se podia comprar no
dito café, cigarros e novidades que iam aparecendo em Dulombi.
Assim,
e com o objectivo de ajudar o Barata neste seu objectivo, telefonei ao Evaristo
Borges, a viver em França, para me esclarecer e contar a história do seu famoso
Café. Qual a minha surpresa quando o nosso camarada me disse que tinha
residência em Perafita – Matosinhos, cidade onde moro e que brevemente viria a
Portugal passar as suas férias habituais. Quem diria?
Chegado
o momento do encontro, o Borges trouxe-me um “maço” de fotos de Dulombi, além
de me contar, com pormenor, a sua história do Café, desde a sua construção até
à sua destruição por um incêndio criminoso!
Escolhi
algumas fotos e mandei-as ao Fernando Barata para publicação no nosso blogue,
pois assim, ia ao encontro das suas solicitações, para o ajudar a dar notícias
sobre Dulombi: as passadas ou as recentes.
E
assim nasceram as Relíquias Fotográficas – RF’s – visto que tive a ideia de
visitar colegas que morassem na minha zona e pedir-lhes também fotos de Dulombi
que estivessem guardadas no “baú” das recordações.
Lembrei-me
logo do Maciel e do Marinho Alves do 4.º pelotão, que também moravam em
Matosinhos, e do Magalhães Pires do 3.º pelotão, que, como feirante, fazia a
Feira de Custóias – Matosinhos.
O
primeiro tema foi publicado no Post n.º 240 – Relíquias Fotográficas do
Evaristo Borges. http://dulombi.blogspot.pt/2011/06/p229-reliquias-fograficas-do-evaristo.html
Fui
alargando a ideia pelo distrito do Porto: Maia (Armindo e Almeida, ambos
carpinteiros), Ermesinde (Folhadela e Madureira), Porto (Paiva condutor, Júlio
Machado e Cunha Pereira), Vila Nova de Gaia (Teodoro, Almeida, Rodrigues e Mota),
Vila da Feira (Silva Soares, Correia e Espírito Santo), Famalicão (Manuel
Azevedo, Sá condutor e Carneiro Azevedo), Póvoa de Varzim (Meirim), Vila do
Conde (Ramos e Cardoso Almeida) e Ovar (Leitão da Silva). Obtive assim 24 RF’s,
que foram enriquecendo o nosso blogue com recordações que se encontravam
espalhadas pelo distrito do Porto.
Pensei
que tinha realizado o meu trabalho. Mas tive algumas dificuldades em encontrar
certos elementos visto que a Lista de Combatentes da 2700, elaborada pelo Timóteo,
estava muito desactualizada e com muitas faltas e erros. Apesar de ser composta
por 153 nomes de camaradas, muitos estavam “desaparecidos”, com direcções
erradas, outros tinham emigrado – sabíamos lá para onde? etc., etc…
Então,
o meu trabalho já não consistia somente em procurar fotos – recordações de
Dulombi, mas também reorganizar a nossa lista de Combatentes, iniciada pelo
Timóteo e procurar elementos da Companhia que, até então, ninguém sabia do seu
paradeiro – e ainda eram bastantes! Basta dizer que a nossa lista actual contém
186 nomes de camaradas e, exceptuando 2 elementos, todos têm as suas direcções
e contactos actualizados, salvaguardando os já falecidos.
Dos
24 encontros com os camaradas acima mencionados, quase todos foram realizados
ou à mesa de um café ou nas residências dos próprios, muitas vezes com a oferta
generosa de um lanche de boas vindas e de amizade.
Apenas
o Leitão da Silva não me pode receber. Com simpatia, foi a esposa a se
encontrar comigo e a recordarmos a Guiné. O Ramos, de Vila do Conde, teve a
gentileza de me convidar para um jantar a quatro, num óptimo restaurante de
Vila do Conde e, mais tarde, tivemos um encontro na sua residência, com jantar,
onde outros camaradas foram convidados, tendo como assunto principal a 1.ª
viagem a Dulombi, organizada pelo seu filho Gil.
Mas
a “cerejeira” estava cheia de “frutos” e eu só tinha recolhido 24 desses
frutos. Então pensei: vou continuar as pesquisas pelo Norte do Pais,
aproveitando para dar uns passeios e assim obter mais fotos de Dulombi, visitar
amigos-combatentes de Dulombi há muito tempo esquecidos e reorganizar a lista
de combatentes do Timóteo ainda muito incompleta.
Assim
pensei, assim o fiz.
(Continua
num próximo POST)
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