segunda-feira, 27 de abril de 2015

P568: RESCALDO DAS RELÍQUIAS FOTOGRÁFICAS (VI PARTE)


Com 121 Relíquias Fotográficas conseguidas e descritas nos temas anteriores, nesta VI parte concluirei os 11 casos cujas circunstâncias foram descritas no tema anterior.
Ora vejamos:

6. José Maria Cardoso da Silva, condutor, Macieira de Cambra

O condutor Cardoso não fazia parte da lista do Timóteo. Mas eu sabia que havia um condutor Cardoso, considerado um dos melhores elementos nesta especialidade. Por onde andaria o Cardoso? Andei meses a averiguar e a primeira referência foi-me dada pelo Carlos Barbosa, ex-furriel dos Açores. Certo dia o Barbosa contou-me que reconheceu o Cardoso, quando uma empresa de Vale de Cambra enviou especialistas em soldadura para trabalhos na sua Empresa. Um deles era o Cardoso.
Já tinha uma primeira pista.
Telefonei para a Empresa referida pelo Barbosa, perguntando pelo Cardoso. A resposta foi negativa. Não tinham nenhum empregado com o nome de José Maria Cardoso da Silva, nem constava nos registos da Empresa esse nome!
Mais tarde, com a colaboração do saudoso Tenente-Coronel Correia e através do número mecanográfico existente na lista de embarque do Carvalho Araújo, e com a ajuda dos seus amigos de Lisboa, conseguiu-se descobrir a morada do Cardoso, aquando da sua partida para a Guiné. Essas moradas que consegui de muitos camaradas, apenas referiam a freguesia. Nem ruas nem outras indicações me eram dadas.
Com a freguesia conhecida, e na esperança do Cardoso ainda lá morar, mandei um e-mail para a junta de freguesia de Macieira de Cambra, cuja resposta foi a seguinte:

“Em resposta ao seu E-mail informamos V/Ex.ª que o Sr. José Maria Cardoso da Silva, nascido em 02/04/1948, já faleceu em 23/09/1995, vítima de um acidente de trabalho e encontra-se sepultado no Cemitério desta Freguesia”.

O José Maria trabalhava na fábrica ARSOPI, sediada em Vale de Cambra. Era um soldador especializado e muito solicitado tanto em Portugal e Ilhas, principalmente nos Açores, assim como no estrangeiro.
Como é que quando telefonei para esta fábrica, nada me disseram?
Para obter as suas RF’s, desloquei-me a Vale de Cambra, visitei a sepultura do Cardoso no Cemitério local e falei com a D. Carminda, a viúva do Cardoso. O Pedro e o Bruno, filhos do Cardoso, tiveram a amabilidade de me enviar algumas fotos do seu álbum.
Um agradecimento a toda a sua família pela forma como fui recebido.

7. Abílio José Dias Fernandes Saraiva, de Boticas

        Outro camarada que não constava da lista do Timóteo, mas estava presente na lista de embarque do Carvalho Araújo.
         Descobriu-o através de tentativas telefónicas. O apelido Saraiva não constava do seu nome inicial. Uma história que está narrada nas suas RF’s.
         Quando disse ao Fernando Barata que tinha encontrado mais um elemento da Companhia 2700, ele não acreditou pois nunca mais o Abílio Saraiva foi lembrado. A 1.ª resposta que obtive do Barata foi: “ Ele não é da nossa Companhia!”. Mas era! Foi um elemento do 1.º pelotão, com fotografias a comprovar isso mesmo.
          Conheci-o na freguesia de São Salvador de Viveiro, onde mora. Cheguei em boa altura, logo na matança do porco…
           Jamais me esquecerei do delicioso jantar com que fui presenteado…com rojões, torresmos, outros petiscos da matança do porco, bom chouriço, presunto, pão caseiro, tudo acompanhado com um vinho bem rascante!
            E assim descobri o Saraiva, e também completadas muitas legendas das RF’s fotográficas onde aparecia um desconhecido…de nome Abílio Saraiva!
         

8. Luís Gonçalves Alves, Vieira do Minho

Outro camarada que não constava da lista do Timóteo, mas estava presente na lista de embarque do Carvalho Araújo.
Mais uma colaboração do saudoso Tenente-Coronel Correia, pois não fazia a mínima ideia onde encontrar o Luís Alves!
A resposta surgiu passado algum tempo, na sua forma mais simples, como sempre: o Luís Alves era natural de Vieira do Minho.
Tentei via e-mail saber do Luís Alves, através da Câmara Municipal de Vieira do Minho. Mas desta vez não obtive a colaboração desejada.
Como Vieira do Minho é a terra Natal dos meus pais, nada melhor do que dar um passeio até esta bela Vila portuguesa e indagar sobre o Luís Alves.
Pela manhã, fui até ao posto da GNR local saber se conheciam um Luís Gonçalves Alves, dando as referências possíveis. Mas a pesquisa foi infrutífera. Daí, obtive a informação que havia na terra uma individualidade que talvez me pudesse ajudar. Ora, esse Senhor, era também um ex-combatente do Ultramar, mas não conseguiu lembrar-se do Luís e mais disse que Vieira do Minho tem muitas freguesias e era preciso saber de que freguesia era natural o Luís Alves.
Eu lá sabia!
Houve uma solução. Este meu novo amigo tinha conhecimentos nas Finanças e talvez pudesse descobrir o seu paradeiro…se era vivo ou não! Trocamos os números de telefone e regressei a casa com a esperança de um telefonema. Certo dia, a resposta chegou: o Luís Alves vivia em Rossas, uma freguesia de Vieira do Minho.
Conheci o Luís no Aeroporto do Porto, pois veio acompanhar um familiar que se ausentava para o Estrangeiro.
Convivemos à mesa de uma esplanada.
Obrigado Luís pela amizade demonstrada.

9. António Fernando Magalhães, Penafiel

Outro camarada que não constava da lista do Timóteo, mas estava presente na lista de embarque do Carvalho Araújo.
Descobriu-o através de tentativas telefónicas, depois de 41 anos sem contactos com a 2700.
Visitei-o em Novelas, Penafiel, onde mora.
 À minha espera estava o António acompanhado pela sua filha Maria José.
Foi um encontro simpático.


10. António José Dias Guerreiro, Almancil

Outro camarada que não constava da lista do Timóteo, mas estava presente na lista de embarque do Carvalho Araújo.
Desta vez foi o Ventura que me ajudou a encontrá-lo, visto que conhecia a irmã do Dias Guerreiro.
O José Guerreiro vive na Casa da Horta, em Almancil, pertencente à Unidade de Vida Apoiada da Associação de Saúde Mental do Algarve – ASMAL, cuja sede está situada em Loulé.
Será sempre a sua casa.
Fui visitá-lo num dia radioso de Verão, levando-o a passear por Almancil. Naturalmente que o José não se lembra de nada, relativamente à nossa Companhia, devido à sua doença.
Ofereci-lhe uns maços de cigarros e despedimo-nos, levando-o novamente à Casa da Horta.


11. Serafim Martins Marques Carneiro, Vila Nova de Gaia

Outro camarada que não constava da lista do Timóteo.
Chegou a Dulombi por rendição individual.
Presentemente, o Serafim Carneiro está internado na Fundação Lar Evangélico Português, desde Fevereiro de 2012, sita na Rua D. Afonso Henriques, nº 2767; 4425 - 057 Maia (Águas Santas).
Tem um quadro psíquico ainda por avaliar.
Conheci o Serafim na casa da sua irmã Gracinda, em Vila Nova de Gaia. Devido à sua doença do foro psíquico, lembra-se de uma forma muito confusa, da Guiné e de Galomaro.
Em Dulombi tinha a alcunha de Fritz.
Como o descobri? Com a ajuda de amigos de Matosinhos…

Simultaneamente, continuei a fazer visitas a camaradas da 2700 cujas direcções eram conhecidas a fim de recolher as RF’s correspondentes:

- Aníbal de Sousa Barros, Arcos de Valdevez
 
   Esperei por Agosto, pois os nossos emigrantes costumam escolher este mês para as suas férias e, aproveitando as Festas da Vila, segui rumo aos Arcos para lhe fazer uma visita.

- António Augusto Oliveira Barros, Vila Nova de Gaia

     O local escolhido para a recolha das RF’s foi o restaurante Proa, em Matosinhos, onde trabalha o Maciel e, depois de saborearmos uns apetitosos petiscos, as relíquias fotográficas foram analisadas e escolhidas para publicação no nosso blogue.

- Joaquim Queirós Fernandes, Vila Verde

     Segui rumo a Vila Verde, manhã cedo. A família Queirós preparava-se para participar no coro litúrgico da missa das 9 horas de Domingo. Assisti à missa dominical e apreciei os dotes artísticos da família Queirós.
     Depois de visitar a Vila, o Queirós teve a amabilidade de nos convidar para o almoço.
      Um muito obrigado, Queirós, pela forma simpática como fomos recebidos.

- José Manuel Alves da Cruz, Paredes de Coura

      Por caminhos nunca antes navegados, lá consegui chegar à freguesia de Cassourado, lugar do Cassourado, Paredes de Coura, sem antes ter de perguntar várias vezes pelo dito lugar, pois o meu GPS não me informou da sua localização…

- José Marques Miranda, Taipas

         Para encontrar o “Taipas” tive que me deslocar a São Clemente de Sande duas vezes. Mas lá nos encontramos à mesa de um café na companhia de umas cervejas!

- Luís Santos Silva, Vinhais

          Mais conhecido em Vinhais, por “Chedre” e famoso tocador de concertina, o Luís recebeu-me com todas as honras e, à minha espera, estava um delicioso prato de javali dos montes de Vinhais.
          Voltei passados uns meses para a apanha das cerejas – a mala do meu carro encheu-se com este saboroso fruto e, em troca, levei da lota de Matosinhos, dois cabazes de peixe vivinho!
Um grande abraço “Chedre” e, até à época das cerejas…!!!
          
- Manuel Pedrosa Costa, Coimbrão

    Emigrante em França, encontrei o Pedrosa em Coimbrão, na altura das suas férias, no mês de Agosto. As suas RF’s me foram enviadas pelo correio, quando regressou a França.

- Ramiro Jesus Oliveira, Leiria

      Passei duas vezes por Leiria e, só pela segunda vez, é que encontrei o “Capelão”. Fui recebido com muita simpatia.

Por outros processos, ainda realizei as seguintes RF’s:

- Augusto Pereira Rosa, Faro

- Arão de Freitas Simões, Braga

Como o tema já vai longo, termino por hoje, com 137 Relíquias Fotográficas conseguidas pelos meios descritos até ao momento.
Concluirei este “rescaldo” das RF’s, no próximo artigo.

Até breve.

Sem comentários: