Dez de Agosto de 1970, grande azáfama na tabanca de Dulombi. O grupo de combate preparava-se, logo ao romper da aurora, para iniciar uma operação nas matas do Jifim.
Atendendo ao facto de a Companhia anterior, a qual tinha sido rendida pela "2700", ter abandonado Madina do Boé, o inimigo tinha campo aberto para avançar. Perante este cenário e havendo informações fidedignas que os "turras" tinham uma base instalada no Jifim, o confronto estaria iminente
As previsões verificaram-se. Ao aproximarem-se do local, brutal tiroteio se desencadeia de parte a parte.
Após a refrega, em debandada, penosamente, o pelotão regressa ao aquartelamento.
Aqui chegados verifica-se que falta o "Carrasqueira". Logo o "Meirim" se prontifica a ir procurar o colega. É desincentivado a fazê-lo, pelo Capitão, já que o mesmo depois de tamanho tiroteio e não tendo regressado com os restantes companheiros de certeza estaria morto. E assim, para quê correr riscos para recuperar um cadáver.
No entanto, o "Meirim" sozinho calcorreou toda aquela distância em direcção ao Jifim.
No dia seguinte, extenuado com o "Carrasqueira" aos ombros entra no Quartel. Após verificar que o "Carrasqueira" estava morto logo, o Capitão, se abeira do "Meirim" corroborando que todo aquele esforço tinha sido inglório, como o tinha avisado.
É então que o "Meirim" returque: meu Capitão, quando encontrei o "Carrasqueira" ele ainda estava vivo e disse-me: "EU SABIA QUE TU VINHAS". De imediato fechou os olhos.
Passaram cinquenta anos, desde a nossa chegada e também "EU SABIA QUE TU VINHAS" para comemorarmos, em Águeda, este HINO Á VIDA E À AMIZADE, ao termos tido a sorte de regressar sãos e salvos e na hora própria recordado os sete camaradas que perderam a vida na Guiné, bem como aqueles que, entretanto, faleceram já no luso torrão.
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