quarta-feira, 26 de novembro de 2008

P81: FAUNA DULOMBIANA

Com a devida vénia ao Blog "petalasaoventofloresdechuva" retirámos excertos de um Post que passo a transcrever e através do qual tomámos conhecimento haver na zona de Dulombi espécies que qualquer um de nós, que no início dos anos 70, calcorreou aquelas paragens, imaginaria lá existir, tais como: onças, elefantes ou búfalos. Felizmente, nunca tivemos "encontros imediatos" com semelhantes animais.


Será a população de onças de Cantanhez viável?
O maior felino de Cantanhez, é conhecido localmente pelo seu particular apetite por babuínos. Em forte regressão no país, foi até 1980 alvo de caça para comercialização da sua pele. Presente no sul (nas APs) e leste do país (Dulombi e Boé).

Que procuram os elefantes que visitam o PNC?
O elefante, espécie que figura na lista vermelha da UICN como vulnerável, outrora presente de norte a sul do país, possui agora uma área de ocorrência que se limita à situada ao longo da fronteira com a Guiné-Conakri, sendo ocasionalmente observado na AP de Cufada e na zona de Dulombi. Depois do leão, é o mamífero mais raro do país. Trata-se de uma espécie migratória cujo efectivo nacional não será superior a 50 indivíduos, tendo as últimas maiores manadas (com 12 indivíduos) sido observadas no Dulombi na década de 90.

Estará a população de búfalos a crescer em Cantanhez?
Esta espécie figura na lista vermelha da UICN como pouco ameaçada (LR/cd), no entanto na Guiné-Bissau, está em regressão acentuada. As mais antigas referencias sobre o búfalo datam de 1938 altura em que Monard cita a espécie como presente em toda a área actualmente ocupada pelo PNTC. Hoje em dia a sua área de ocorrência esta limitada à zona do Boé, Contabane, Dulombi e às APs de Cantanhez e Cufada, onde as manadas são cada vez mais pequenas.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

P80: ALENTO - OBRIGADO LUÍS CLARO

Ás vezes, pela ausência de contributo que tem havido no nosso Blog, por parte dos elementos da Companhia, interrogo-me se valerá a pena continuar, mas depois lá vêm mails como este que passo a transmitir e o ânimo reaparece:

caro fernando barata vou me apresentar sou luis claro vivo na amazónia brasil
era radio telegrafista do batalhão 2912 na comp. ccs e é com enorme agrado
que apesar de tão longe e ao fim de tantos anos através de si tenha encontrado
tantas recordações. nunca mais vou deixar de entrar no seu blog. gostaria de
encontrar outros colegas da ccs mas considero o batalhao 2912 como um todo.
fiquei surpreso ao ver as suas fotografias pois tenho comigo a fotografia da vista
aérea do dulombi e a da mina no unimog. tenho outras que oportunamente lhe
mandarei pois algumas já nem consigo identificar se são tropas e acções do dulombi
saltinho ou cancolim.
estive duas vezes no dulombi a última poucos dias antes do natal de 1971.
entrarei em contacto novamente.
com um abraço e um muito obrigado.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

P79: DR. VÍTOR VELOSO


Não fosse o título deste Post e certamente a maioria dos leitores estaria a questionar qual a pertinência da inclusão dum artigo sobre o rastreio dos casos de cancro no Blog da 2700. Acontece que o entrevistado é, precisamente, o Dr. Vítor Veloso que como estão recordados era o Médico do nosso Batalhão e por conseguinte o "nosso médico". A quantos de nós ele não minorou aquela desagradável sensação quando o paludismo nos invadia ou quando qualquer outra maleita nos escolhia como hospedeiro.
Quando alguma individualidade se deslocava, em meio aéreo, ao nosso aquartelamento quase sempre o Dr. Veloso fazia parte da comitiva de forma a poder aquilatar o estado de saúde de todos nós.
A 2700 está-lhe grata, Vítor.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

P78: IN MEMORIAM









Homenagem aos nossos mortos.
Fotos tiradas das lápides existentes no Monumento Nacional aos Combatentes do Ultramar, no Forte do Bom Sucesso.
Embora os seus nomes não sejam mencionados, quero recordar: GUELA DEMBO, MAMADU CANDÉ, MAMADU SEIDI, MAUNDE BALDÉ e IDERISSA CANDÉ, do Pelotão de Milícias n.º 288, os quais pereceram, também eles, ao nosso lado.

sábado, 8 de novembro de 2008

P77: UMA LIÇÃO DE FULA

Deverão estar recordados que sempre que algum habitante de Dulombi era visitado por familiar ou amigo o diálogo começava com o Jametu e Tá nála (nós diziamos "está na mala"), correspondentes ao nosso "como estás" e "tudo bem", ao que se seguia um metralhanço de frases que nos deixavam intrigados. Um dia perguntei ao Semba qual o seu significado daquele arrasoado, tendo este esclarecido que perguntavam como estavam as vacas, as galinhas, os porcos, os cabritos e provavelmente, se o interlocutor tivesse periquito, o estado de saúde do psitacídeo também faria parte das preocupações.
Recordo-me, também, do "Obrigado", JARAMA, e da contagem até dezanove.
1 - go; 2 - didi; 3 - tati; 4 - nai; 5 - doi; 6 - djego (5+1); 7 - djedidi (5+2); 8 - djetati (5+3); 9 - djenai (5+4); 10 - sapu; 11 - sapugo (10+1), 12 - sapodidi e assim sucessivamente.
O que significaria PUN DI MÃ? Sei que as bajudas ficavam fulas (furiosas) e respondiam: MÃE DI BÓ, pelo que não será difícil concluir o significado deste impropério.

Devem estar recordados da forma "impecável" como o Carneiro Azevedo imitava o linguajar fula. O que é certo é que ele durante uns minutos conseguia pôr os autóctones confusos e só passado esse tempo é que concluiam: "alfero, Carneiro, fala fula não"

Algum de vós lembrar-se-á de mais alguma expressão que queira compartilhar? Fico à espera. Atendendo à participação que tem havido por parte dos leitores deste Blog, obviamente, esperarei sentado pelo vosso contributo.