sábado, 8 de novembro de 2008

P77: UMA LIÇÃO DE FULA

Deverão estar recordados que sempre que algum habitante de Dulombi era visitado por familiar ou amigo o diálogo começava com o Jametu e Tá nála (nós diziamos "está na mala"), correspondentes ao nosso "como estás" e "tudo bem", ao que se seguia um metralhanço de frases que nos deixavam intrigados. Um dia perguntei ao Semba qual o seu significado daquele arrasoado, tendo este esclarecido que perguntavam como estavam as vacas, as galinhas, os porcos, os cabritos e provavelmente, se o interlocutor tivesse periquito, o estado de saúde do psitacídeo também faria parte das preocupações.
Recordo-me, também, do "Obrigado", JARAMA, e da contagem até dezanove.
1 - go; 2 - didi; 3 - tati; 4 - nai; 5 - doi; 6 - djego (5+1); 7 - djedidi (5+2); 8 - djetati (5+3); 9 - djenai (5+4); 10 - sapu; 11 - sapugo (10+1), 12 - sapodidi e assim sucessivamente.
O que significaria PUN DI MÃ? Sei que as bajudas ficavam fulas (furiosas) e respondiam: MÃE DI BÓ, pelo que não será difícil concluir o significado deste impropério.

Devem estar recordados da forma "impecável" como o Carneiro Azevedo imitava o linguajar fula. O que é certo é que ele durante uns minutos conseguia pôr os autóctones confusos e só passado esse tempo é que concluiam: "alfero, Carneiro, fala fula não"

Algum de vós lembrar-se-á de mais alguma expressão que queira compartilhar? Fico à espera. Atendendo à participação que tem havido por parte dos leitores deste Blog, obviamente, esperarei sentado pelo vosso contributo.

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