terça-feira, 29 de novembro de 2011

P278: VAMOS AJUDAR O CARNEIRO AZEVEDO - RICARDO LEMOS

José Carneiro de Azevedo, ex-soldado atirador, pertencente ao 2.º pelotão, sob o comando do alferes Barata, é natural de Cabeçudos, e mora em Requião. (Requião, com os seus 820 hectares, é uma freguesia do concelho de Vila Nova de Famalicão).

O José Carneiro Azevedo encontra-se na situação de reformado desde o ano de 2007, tendo tido a profissão de operário químico, relacionado com a fabricação de pneus.
Tem dois filhos e quatro netos.

Um abraço do José Carneiro Azevedo para todos os Dulombianos.

O José Carneiro Azevedo, com as suas 62 primaveras, comemoradas no dia 22 de Dezembro de 2010.

1971









2011


UM GRITO DE ALERTA

Há uns tempos atrás o alferes Barata solicitou-me uma visita a Cabeçudos, a fim de averiguar aquela história do nosso camarada Azevedo sobre a habilidade que ele tinha de falar Fula com os indígenas e fazer a respectiva tradução para português. E os Dulombianos ficavam “pasmados” com a sua lenga-lenga, e ficavam sempre na dúvida se as suas traduções eram reais ou fictícias.
Indagando, na medida do possível o Azevedo, ele disse-me que até sabia muitas palavras do dialecto referido, mas muitas vezes inventava para se desenrascar. E mais não se lembra.

A minha visita ao Azevedo foi chocante. Encontra-se com uma depressão crónica, causada pelo consumo do álcool e do tabaco, segundo as suas palavras, e pediu-nos ajuda.
Vive só, numa casa onde o lixo impera.
A casa não tem o mínimo de condições de habitabilidade, não tem água, não tem quarto de banho, apenas uma retrete daquelas com sanita de madeira a tapar um buraco feito no chão, no exterior da casa.
Como tal, não toma banho, apenas tem uma pequena bacia à porta de casa.
Esteve internado por três vezes, no hospital de saúde mental, em Braga. Nas duas primeiras vezes foi para fazer a desintoxicação à droga, que neste caso era o álcool, e na última vez por causas psíquicas.
Vive na solidão. Está à espera que alguém o ajude para ir para um lar.

Confessou-me que lhe falta energia parar fazer qualquer coisa. Não cozinha porque a doença o impede. Não arruma a casa, pela mesma razão e, por tal, o lixo acumula-se no interior e no exterior.

Há mais de um ano que está a ser medicamentado, deixou a bebida e os cigarros, mas as pessoas da aldeia e até a Junta da Freguesia e a Segurança Social, não o têm ajudado, pois a imagem é aquela dos tempos em que bebia!!!
Na sua pior fase deambulava pelas ruas de Famalicão e de Braga, ficava a olhar para o lixo, 1 hora, 2 horas, e o que lhe parecesse útil trazia para casa.
Passou outra difícil fase, contando-me que passou um ano quase sem sair de casa, e pessoas de um Lar, por caridade, vinham-lhe trazer comida diariamente.
A família não o ajuda. Está abandonado. Divorciou-se em 2001.
Tem uma TV em casa, mas não funciona, mas também não quer ver televisão. O rádio também não o usa.
A pequena freguesia onde mora, tem a imagem dele como “um mau carácter”. Mas o Azevedo está agora mentalmente autónomo, foi muito educado comigo e gostava de ter outros contactos com os camaradas da 2700.

Precisamos de denunciar o caso, pois ele vive em condições desumanas, que hoje em dia, é difícil de encontrar.
Não tem carinho de ninguém. O dinheiro que tinha “foi-se”…para outros!!!

Há uma Famalicense, que está interessada no seu caso e que mora em Matosinhos e que se encontra muito empenhada em resolver o caso. Mais disse que, em últimas instâncias, vais denunciar o caso à comunicação social.

E nós poderemos fazer alguma coisa?

Quando me viu, ficou muito contente, e, repito, pediu-nos a nossa intervenção, visto que ele tem consciência da sua situação. E disse: “divulguem a minha situação”.

O sorriso triste do Azevedo


Imagens da sua residência e do seu estado.

A sua sala de jantar…a sua televisão…

O quarto


e parte da cozinha...


A retrete, no exterior da casa. A água vem do bidão azul.
As suas relíquias fotográficas desapareceram. Relembramo-lo em 3 fotos já apresentadas em Posts anteriores:

De pé: o José Azevedo é o 3.º elemento contado da esquerda.


O José Azevedo é o último elemento da direita.


O José Azevedo encontra-se ao lado do Meirim.


O seu contacto é: 91 2001430
Telefonem ao José Azevedo.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

P277: RELÍQUIAS FOTOGRÁFICAS DO JORGE CUNHA

          Jorge Manuel da Silva Cunha, ex-1.º cabo aux. enfermeiro, mora em Palmeira. (Palmeira é uma freguesia portuguesa do concelho de Braga, com 8,72 km² de área).

O Jorge Cunha tem a profissão de Barbeiro.

Tem dois filhos e 3 netos.

Um abraço do Jorge Cunha para todos os Dulombianos.

O Jorge Cunha, com as suas 63 primaveras, comemoradas no dia 8 de Fevereiro de 2011.


1971






2011





Accionamento da mina A/C na estrada Dulombi-Galomaro

Aconteceu no dia 5 de Outubro de 1971, numa coluna que se dirigia para Bafatá. Na picada de Dulombi-Galomaro foi accionada uma mina anti-carro, pelo rodado dianteiro direito do Unimog 404, conduzido pelo Manuel Faria.
Neste outro momento negro vivido pela nossa Companhia resultou a morte do soldado Luís Vasco Fernandes, de S. João da Pesqueira, tendo havido mais 2 feridos graves, sendo um dos feridos o Jorge Cunha. O outro foi o Virgílio Luís Pinheiro Brilha.
De imediato foi accionado o pedido de auxílio. Os 4 soldados mencionados foram transportados para Nova Lamego e depois para Bissau, num helicóptero das forças armadas.
Os feridos graves foram evacuados para a Metrópole. O Jorge Cunha esteve em Bissau cerca de 20 dias, doze dos quais em estado de coma. Esteve internado no Hospital anexo de Campolide, em Lisboa, cerca de dois anos. Está reformado como deficiente das forças armadas, com uma deficiência de 67.20%, segundo dados do Ministério da Defesa Nacional do Exército Português, desde 31 de Maio de 1976.
Narra o Manuel Cunha que não se lembra de nada, após o accionamento da mina. Após 12 dias em estado de coma é que se apercebeu do que tinha acontecido. Mais diz que o seu estado era muito grave até ao ponto do sacerdote do hospital ter sido chamado para lhe dar os últimos sacramentos.
Felizmente sobreviveu ao acidente, embora com graves lesões nos dois pés. Foi submetido a várias operações cirúrgicas, já em Lisboa. A recuperação funcional foi feita praticamente em casa.
Lembra-se que o tratamento recebido no Hospital era muito deficiente, tanto nos tratamentos como nos meios auxiliares de enfermagem, relativamente às necessidades do dia a dia. A alimentação também era muito fraca, segundo a opinião do Cunha. Contudo, pensa que todos estes inconvenientes eram devidos à sobrelotação do hospital, sendo os meios disponíveis insuficientes para tantos feridos em combate.

(Nota: Ver as Relíquias Fotográficas do Manuel Faria, onde se narra com outros pormenores este acidente).


O Jorge Cunha e o Brilha, no hospital de Bissau. O Cunha tem os pés e pernas engessados até à anca.


Foto de 3 de Maio de 1972: O Jorge Cunha e o Fernandino, jogando uma partida de sueca, no anexo hospitalar de Campolide, em Lisboa.


O Jorge Cunha exercendo a sua arte extra em Dulombi. O cliente é o Marinho.


Reparem para a cadeira do barbeiro!!! O Ramos – viva o luxo, até já tinha oferta de leitura enquanto se submetia ao corte profissional do “barbeiro” Cunha…


O José da Silva Ribeiro, segundo as regras da ASAE, a tratar do seu corte de cabelo profissional, para assim poder exercer a sua arte de padeiro. O responsável é o “artista” Cunha.


O Jorge Cunha, no interior da enfermaria, a executar o registo dos doentes.
Ao fundo, as prateleiras dos medicamentos.


O Furriel Maurício a ser tratado pelo Cunha. Será que doeu muito?


Desta vez é o Simões recebendo cuidados na enfermaria.


O Cunha com o correio na mão, para ser enviado para a Metrópole, e o condutor Sá.


Foto de 8-2-1971: a equipa de enfermagem de Dulombi
(Gaspar, Alves, Santos e Cunha)


Terraço, Enf. Gaspar, Brilha, Vítor Rodrigues, Franco (pertencente ao Batalhão de Engenharia), cond. Rodrigues e Enf. Cunha…e o Zarco.


Matança do porco comprado pelo Jorge Cunha em Bafatá.
Armindo Ramos, Enf. Cunha, Albino Piedade, Prata e Teixeira Pinto.


Bebendo umas “bazucas”
Reconhecemos na 1.ª  posição o Leitão da Silva, na 2.ª  o Lopes, na 3.ª  o Almeida, na 4.ª  o Veras (2.º Pel.), na 5.ª  o Gaspar, depois Teixeira Pinto, Albino Piedade, Vaquinhas e na 9.ª  o Cunha.


Coluna de reabastecimento a Dulombi passando pela ponte de madeira situada nos arredores de Bafatá.
Furriel Costa, enf. Cunha, Ventura, enf. Santos e "vice-vagomestre" Fernando. Ao volante o cond. "Braga".

 O Jorge Cunha com a juventude Dulombiana.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

P276: RELÍQUIA FOTOGRÁFICA DO LEITÃO DA SILVA

          Adelino Domingos Leitão da Silva, ex-1.º cabo mecânico de armas, mora em Arada, Ovar.
Arada é uma freguesia portuguesa do concelho de Ovar, com 15,34 km2

O Adelino Domingos Leitão da Silva, teve como profissão a arte de serralheiro-mecânico. Está reformado desde 2010.

Tem 2 filhos.


O Leitão com as suas 63 primaveras, comemoradas no dia 30 de Outubro 2011

1971

A única relíquia fotográfica do Leitão

Almeida, Leitão, Mestre tocando viola, Armindo e enf. Gaspar

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

P275: RELÍQUIAS FOTOGRÁFICAS DO JÚLIO MACHADO

          Júlio da Rocha Machado, ex-1.º cabo operador Cripto, mora no Porto.

O Júlio Machado é proprietário da Papelaria JUNATA situada na Estrada da Circunvalação, n.º 7762-G - 4200-162 Porto - Telefone 22 5089332

Reformou-se aos 55 anos.

Tem duas filhas e um neto.

Um abraço do Júlio Machado para todos os Dulombianos.

O Machado, com as suas 63 primaveras, comemoradas no dia 11 de Maio de 2011.

1971
2011







Em pé: Quintas e Costa entre três indígenas.
Á frente: Marinho, cond. Cardoso, Júlio Machado e Prata.


O Júlio Machado na bolanha de Dulombi


Fernando Fernandes(ajudante do vagomestre), alf. Barros, Quintas, Júlio Machado com a terrina na mão, Portugal, Luís Maria, Brunheta e Terraço.


A cabra "Zéquinha"
O Júlio Machado com o gato Mike, adoptado como mascote das transmissões. Certo dia, o Ramos, quando estava de vigia nocturna num dos torreões, matou-o a tiro de G3, pensando ser o inimigo a querer infiltrar-se na tabanca. No chão, está a cabritinha chamada “Zéquinha”, que morreu devido a ter comido grão-de-bico que estava a demolhar. Quando acabou de comer, o grão-de-bico inchou, e a “Zéquinha” morreu com o estômago rebentado.


Com a arma na mão não reconhecemos, depois está o Júlio Machado segurando o “Tango”, segue-se a Bela (já falecida) e o Soares. Presente também a juventude Dulombiana.


Alferes Barros, furriéis Barbosa e Rico, Machado, Brunheta, Marinho, Barreiro, Marinho, Vila Franca, Quintas, Portugal e Terraço. De pé: Silva Ribeiro, “Faiões” e “Judeu”.


Fernando (ajudante do vagomestre), mecânico Rosas, Júlio Machado e Evaristo Borges.


O Júlio Machado preparando os célebres tabuleiros das patuscadas.

sábado, 12 de novembro de 2011

P274: RELÍQUIAS FOTOGRÁFICAS DO ARMINDO DE SOUSA

          Armindo José de Sousa, ex-soldado atirador, chegou a Dulombi, em rendição individual, no dia 18 de Fevereiro de 1971 e foi integrado no 2.º pelotão, sob o comando do alferes Barata. Aquando da nossa partida para a Metrópole, ficou em Bissau a cumprir o resto da Comissão, a exercer funções na messe de Sargentos, no Q. G.
Terminou a Comissão em Fevereiro de 1973.

Mora em Mesão Frio, Guimarães. (Mesão Frio é uma freguesia do concelho de Guimarães, com 4,62 km² de área).

O Armindo está reformado desde o ano de 2007, tendo exercido a profissão de operário têxtil, na fábrica Reivax sedeada em Guimarães.

Tem uma filha e uma neta.

Um abraço do Armindo para todos os Dulombianos.
O Armindo, com as suas 62 primaveras, comemoradas no dia 17 de Outubro de 2011.

1972

2011
O Armindo e o “Taipas”, segurando um marabu abatido em Dulombi


O Armindo na bolanha de Dulombi

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

P273: O NOSSO COZINHEIRO JOAQUIM PATÃO

Passo a reproduzir o testemunho do nosso cozinheiro, Joaquim Patão, entrevistado pelo Jornal de Notícias de 9 de Novembro, acerca do naufrágio duma embarcação turística em que pereceram duas turistas  alemãs.