O José Carneiro Azevedo encontra-se na situação de reformado desde o ano de 2007, tendo tido a profissão de operário químico, relacionado com a fabricação de pneus.
Tem dois filhos e quatro netos.
Um abraço do José Carneiro Azevedo para todos os Dulombianos.
O José Carneiro Azevedo, com as suas 62 primaveras, comemoradas no dia 22 de Dezembro de 2010.
2011
UM GRITO DE ALERTA
Há uns tempos atrás o alferes Barata solicitou-me uma visita a Cabeçudos, a fim de averiguar aquela história do nosso camarada Azevedo sobre a habilidade que ele tinha de falar Fula com os indígenas e fazer a respectiva tradução para português. E os Dulombianos ficavam “pasmados” com a sua lenga-lenga, e ficavam sempre na dúvida se as suas traduções eram reais ou fictícias.
Indagando, na medida do possível o Azevedo, ele disse-me que até sabia muitas palavras do dialecto referido, mas muitas vezes inventava para se desenrascar. E mais não se lembra.
A minha visita ao Azevedo foi chocante. Encontra-se com uma depressão crónica, causada pelo consumo do álcool e do tabaco, segundo as suas palavras, e pediu-nos ajuda.
Vive só, numa casa onde o lixo impera.
A casa não tem o mínimo de condições de habitabilidade, não tem água, não tem quarto de banho, apenas uma retrete daquelas com sanita de madeira a tapar um buraco feito no chão, no exterior da casa.
Como tal, não toma banho, apenas tem uma pequena bacia à porta de casa.
Esteve internado por três vezes, no hospital de saúde mental, em Braga. Nas duas primeiras vezes foi para fazer a desintoxicação à droga, que neste caso era o álcool, e na última vez por causas psíquicas.
Vive na solidão. Está à espera que alguém o ajude para ir para um lar.
Confessou-me que lhe falta energia parar fazer qualquer coisa. Não cozinha porque a doença o impede. Não arruma a casa, pela mesma razão e, por tal, o lixo acumula-se no interior e no exterior.
Há mais de um ano que está a ser medicamentado, deixou a bebida e os cigarros, mas as pessoas da aldeia e até a Junta da Freguesia e a Segurança Social, não o têm ajudado, pois a imagem é aquela dos tempos em que bebia!!!
Na sua pior fase deambulava pelas ruas de Famalicão e de Braga, ficava a olhar para o lixo, 1 hora, 2 horas, e o que lhe parecesse útil trazia para casa.
Passou outra difícil fase, contando-me que passou um ano quase sem sair de casa, e pessoas de um Lar, por caridade, vinham-lhe trazer comida diariamente.
A família não o ajuda. Está abandonado. Divorciou-se em 2001.
Tem uma TV em casa, mas não funciona, mas também não quer ver televisão. O rádio também não o usa.
A pequena freguesia onde mora, tem a imagem dele como “um mau carácter”. Mas o Azevedo está agora mentalmente autónomo, foi muito educado comigo e gostava de ter outros contactos com os camaradas da 2700.
Precisamos de denunciar o caso, pois ele vive em condições desumanas, que hoje em dia, é difícil de encontrar.
Não tem carinho de ninguém. O dinheiro que tinha “foi-se”…para outros!!!
Há uma Famalicense, que está interessada no seu caso e que mora em Matosinhos e que se encontra muito empenhada em resolver o caso. Mais disse que, em últimas instâncias, vais denunciar o caso à comunicação social.
E nós poderemos fazer alguma coisa?
Quando me viu, ficou muito contente, e, repito, pediu-nos a nossa intervenção, visto que ele tem consciência da sua situação. E disse: “divulguem a minha situação”.
O sorriso triste do Azevedo
Imagens da sua residência e do seu estado.
A sua sala de jantar…a sua televisão…
O quarto
e parte da cozinha...
A retrete, no exterior da casa. A água vem do bidão azul.
As suas relíquias fotográficas desapareceram. Relembramo-lo em 3 fotos já apresentadas em Posts anteriores:De pé: o José Azevedo é o 3.º elemento contado da esquerda.
O José Azevedo é o último elemento da direita.
O José Azevedo encontra-se ao lado do Meirim.
O seu contacto é: 91 2001430
Telefonem ao José Azevedo.