segunda-feira, 9 de março de 2015

P558: RESCALDO DAS RELÍQUIAS FOTOGRÁFICAS (III PARTE)

            O primeiro tema das RF’s foi publicado a 25 de Junho de 2011. 
No primeiro ano de recolhas visitei 44 camaradas, conforme descrição feita na 1.ª e 2.ª parte deste historial.
Em 2012 continuei a trabalhar nas pesquisas e em busca de combatentes da 2700, que não estavam mencionados na primitiva lista do Timóteo.
Foi, com sucesso, que consegui obter as moradas e os contactos de alguns camaradas emigrantes em França, Bélgica, Suíça e Estados Unidos da América.
Aproveitando o Verão e Outono de 2012, continuei as visitas pelo Norte do País. Assim, fui até Castelo de Paiva visitar o Firmino da Rocha mesmo na altura das vindimas. Industrial da lavoura, o Firmino juntou à mesa todos os seus trabalhadores do campo, depois de uma manhã de intenso trabalho na apanha das uvas. A Dona Rosa, sua esposa, apresentou um cozido à portuguesa, que não mais esquecerei o sabor delicioso das suas carnes!
Segui para o Marco de Canavezes onde visitei o Alcino e o Alfredo Azevedo, este encontrando-se de férias em Portugal, vindo de Angola, onde trabalhava na altura.
Seguiram-se outras viagens de visita e recolha de fotos: em S. Pedro da Cova visitei o Maia da Cunha. Em Rebordosa fui encontrar o meu ajudante de mecânica, o saudoso David Jorge, recentemente falecido, e em Riba de Ave, depois de perguntar ali e acolá e de mostrar fotos a quem encontrava pelo lugar, consegui localizar o Alfredo Ribeiro.
Mais para o litoral do Norte do País, e depois de uma pequena pausa nestas andanças, fui até Esposende visitar o Neiva Sampaio, ex-emigrante em França, Não foi fácil encontrá-lo. Muitas voltas dei até conseguir uma informação correcta, visto que a direcção que dispunha estava desactualizada. Mais fácil foi encontrar o António Barreira, em Esposende. Este nosso camarada é industrial de hotelaria, organizando almoços, jantares, casamentos, etc. Fica aqui uma sugestão: poderia ser um próximo organizador dos nossos convívios? A sua esposa, D. Elvira possui um atelier de alta-costura, que visitei.
Em Vila Frescainha S. Martinho encontrei-me com o João Marinho.
Noutro fim-de-semana fui até à região de Viana do Castelo encontrar-me com o ex-cozinheiro Manuel Torre ex-emigrante em França. Segui mais para Norte para visitar o Nuno Martins em Valença do Minho onde, com a sua família e durante o almoço, que o Nuno teve a gentileza de me oferecer, recordámos alguns momentos vividos na Guiné, escolhendo fotos do seu álbum e relembrando camaradas há muito tempo esquecidos. Como o Nuno possui uns campos para cultivar, não abandonei o Lugar da Bouça Velha sem que a Dona Armanda, sua esposa, colhesse produtos da sua quinta, para gentilmente me oferecer.
Além destas visitas, também comecei a receber algumas Relíquias Fotográficas por correio normal e também via electrónica, graças aos contactos por telefone, por e-mail e por via postal que ia realizando ao longo dos meses. E assim, ao longo de 2012 e 2013, e com agrado pela participação que muitos camaradas resolveram dar, consegui obter muitas fotografias inéditas que se encontravam espalhadas pelo País.

 São exemplo dessas primeiras participações pelo correio e por E-mail:
 
De Gouveia, o Amaral Simões.
De Rio Maior, o Albino Piedade e o António Diogo.
De Meda, o Solcélio Mateus.
Da Guarda, o Hélder Panoias.
De Cacém, o Fernando Machado.
De Trancoso, o Cândido Nunes.
De Portimão, o Manuel Ventura.
Do Seixal, o José Luís Monteiro.
De Mirandela, o João Matos.
Da Amora, o Luís Correia Maria.
De Avelãs do Caminho, o Joaquim Quintas.
De Venda do Pinheiro, o José Prata.
De Sabrosa, o Euclides da Silva e o Firmino “Russo”.
De Unhais da Serra, o José Gaspar.
De Vide, o Carlos Amaral.
De Vale da Amoreira, o José Mestre.
De Lisboa, o Carlos Moniz, o Cor. Carlos Gomes, o Hélder Coelho e o
                    Manuel Brunheta.
De Alhandra, o João Teixeira Pedrosa.

A importância destas recolhas assenta no facto de o Américo Estanqueiro ter destruído os cerca de 6.000 negativos realizados durante o serviço militar, considerando que se tinham tornado inúteis devido a ter perdido o contacto com os camaradas da 2700.
Reza o ditado: “Em casa de ferreiro, espeto de pau” e, assim, quando contactei o Estanqueiro para solicitar as suas RF’s, qual o meu espanto quando me disse: “Ricardo, não tenho fotos de Dulombi”.
Como o Estanqueiro publicou o livro “Memória, Guerra Colonial” – fotografias de Américo Estanqueiro – C. Caç. 2700 – Fundação Mário Soares, datado de Novembro de 2007, aproveitei algumas fotos desse livro para realizar as suas RF’s, com a devida autorização do autor.
Termino esta 3.ª parte, contabilizando as RF’s já mencionadas até à data:
- 55 visitas a camaradas.
- 24 RF’s por correspondência.

Até breve.

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