domingo, 10 de julho de 2011

P242: RELÍQUIAS FOTOGRÁFICAS DO MACIEL - RICARDO LEMOS

            Manuel Joaquim Maciel Fernandes, ex-atirador, pertencente ao 4.º pelotão, sob o comando do alferes Barros, mora em Matosinhos. Trabalha no restaurante “Proa”, em Matosinhos http://www.restaurantemarisqueiraproa.com/. Não se esqueçam de lá ir tomar um cafezinho, quando por lá passarem. Continuamos com o tema proposto no Post 240 e esperamos que a continuidade seja duradoira. O Maciel gentilmente cedeu algumas das suas “relíquias fotográficas”, muitas delas relacionadas com o 4.º pelotão.
Um abraço do Maciel para todos os Dulombianos.

Manuel Joaquim Maciel Fernandes, com as suas 63 primaveras comemoradas a 29 de 
Fevereiro 2011 (Tem o privilégio de só aniversariar de 4 em 4 anos!!!)
Vaz Pereira o“Chaves” (alcunha por ser natural desta cidade), Maciel e Ramiro Jesus Oliveira.


Da esquerda para a direita, o Monteiro, que faleceu na emboscada de Duas Fontes, Vaz Pereira, sentado com a caneca na mão está o Fernandino Almeida, Maciel, “Arouca”, Alcino Sousa, de tronco nu e o "Mesquinhata".
Á frente, o António José da Silva, conhecido por “Judeu” já falecido em 2006. Era pai do futebolista Calado, que jogou no Benfica.


Da esquerda para a direita, em pé: o Quintas, em tronco nu, novamente, o Monteiro, falecido na emboscada das Duas Fontes, Maciel, João da Costa Marinho das Transmissões, de Vila Frescainha S. Martinho, segue-se o Franco. Por fim, e de camuflado com boné, Valdemar Ferreira.
Da esquerda para a direita, à frente e sentados: em tronco nu, o Vitor Rodrigues, o “Bolinhas”, soldado do 4.º pelotão que faleceu na emboscada de Duas Fontes, em tronco nu, José Augusto Sousa, o Terraço, sentado, o Brito, de Monção, já falecido.
Á frente, de boné e de braços cruzados, o Bilro.

Imagem do interior do Café Borges
Vemos o furriel Barbosa, André Correia, de bigodes é o Delmar Sobreira "Faiões", a seguir o Abílio Pontes, de frente, a sorrir, o Miguel Teixeira que mora em Amarante. De pé, o Maciel, o Adriano que faleceu em Bissau, por doença – tuberculose galopante - quase no fim da comissão, furriel Maricato, já falecido e, por fim, o alferes Barros.


A boa disposição reina no grupo, depois de mais uma célebre patuscada…
De pé da esquerda para a direita: Nuno Martins, o furriel Maricato com o seu indispensável cigarro, o Maciel, o António José da Silva, “Judeu”, já falecido, às cavalitas do “Judeu” o alferes Barros, novamente o Adriano Francisco, o Manuel Pedrosa Costa. Em tronco nu e de bigode o Vaz Pereira, abraçado pelo José Cruz.
Sentados ou deitados: em 1.º lugar o Valdemar Ferreira, em tronco nu e de bigode é o Joaquim José Queiroz Fernandes, depois o Fernando Marques da Silva, o “Cangalheiro”, que mora no Caramulo, segue-se o furriel Estanqueiro a descansar da patuscada, e o Delmar. Por fim, o Alcino Sousa.


O Maciel e o Zarco


O Fernando, auxiliar do Vagomestre que, actualmente, vive na Alemanha e  Maciel


A Binta, (uma delas), lavadeira.


A marginal de Bissau, foto obtida no nosso desembarque.


A Ponte do Saltinho

sábado, 2 de julho de 2011

P241: RELÍQUIAS FOTOGRÁFICAS DO EVARISTO BORGES - 2.ª PARTE - RICARDO LEMOS

Concluímos o tema “Relíquias Fotográficas”, muito bem titulado pelo F. Barata, sobre o acervo fotográfico do Evaristo Borges. Estamos convictos que vai ter continuidade este tema, com outros acervos guardados nas “arcas congeladoras” de muitos camaradas da 2700. Naturalmente que a repetição de fotos não será válida, mas temos a certeza que existiram muitas máquinas fotográficas diferentes, que terão gerado “obras de arte” dignas de serem publicadas. Ficamos à espera.
Convívio no interior do café do Borges.
Em primeiro plano o Barreiros (Trms) e Portugal. A seguir: Ramos, Meirim, Barreira (2.º P), Pedrosa e Borges. Se quiserem saber por que razão o Barreiros e o Pedrosa se apresentam à Yul Breyner, contactem o Moniz (ele terá uma história deliciosa para contar) ou então acedam ao Post n.º 103 - Rapanço em Galomaro, de autoria do Almeida (um dos implicados no rapanço).


Convívio no interior do café do Borges.
Em 1.º plano o “cripto” Machado, o “professor” Marinho e Cunha Pereira. A seguir: Brilha, Armindo Ramos empunhando o coador do café, enfermeiro Cunha, Borges, Prata e David Jorge


Em primeiro plano um mílicia e o cozinheiro Machado; em segundo plano o Costa, Quintas tocando "guitarra", cripto Machado, mecânico Santos e Parada. Por último, milícia, cozinheiro Torres, milícia e Silva Soares.


De perfil, o "Arouca" conhecido pela sua terra natal, cozinheiro Torre, mecânico Santos e enfermeiro Gaspar. Em segundo plano, Quintas, elemento da população procurando demonstrar que o esforço do Marinho (prof.) não terá sido em vão, Silva Soares, Machado, dois milícias e o enfermeiro Santos.


Todos muito bem dispostos, depois de uma patuscada!!!
De pé: o condutor Cardoso, o Borges, o furriel Lemos, o “professor” Marinho, o condutor Faria, José Cruz e o condutor Calado.
Sentados; cond. Vieira, mecânico Victor, Ramos, Rodrigues e cond. "Braga"
Semi-deitado o Furriel Maurício, o condutor Maria e Domingos Pires.


Mais uma "Borgíada" (festa em honra do deus Borges).
À frente, ainda se vê a assadeira com restos do assado. Visualizam-se alguns condutores, como o Calado, o Sá, o Cardoso, o Costa, o Marinho e o Faria, além do Patão cozinheiro, do Borges e do ajudante do vagomestre.


A esfolar um cabrito. Á frente, sentado, o Terraço.


Uma avioneta em Dulombi.


Mais uma imagem do vendaval que destruí uma caserna, em 25/05/1971. A foto original tem no verso o seguinte texto: “caserna totalmente destruída em que originou 1 morto africano com a idade de 10 anos”.

Outra imagem do vendaval que destruiu o edifício do Comando, em 25/05/1971. A foto original tem no verso o seguinte texto: “Edifício do Comando totalmente destruído, a primeira parte do lado esquerdo, é a secretaria de onde tive que fugir, e são estes temas da guerra e outros mais”.

E, assim, concluímos a publicação do acervo do Borges.

Até ao próximo.
Ricardo Lemos

sábado, 25 de junho de 2011

P240: RELÍQUIAS FOTOGRÁFICAS DO EVARISTO BORGES - RICARDO LEMOS

O Borges, ex-cabo escriturário da nossa Companhia, emigrante em Saint-Étienne, está em Portugal a passar umas férias e teve a gentileza de me fazer uma visita. Graças ao site do amigo Barata, foi possível relembrar os tempos passados e tornar possível o reavivar da amizade de outrora.

As 63 primaveras do Borges comemoradas a 27 de Março 2011

Com este tema é intenção do nosso BLOG publicar os acervos fotográficos dos camaradas da 2700 que os disponibilizem.

Damos aqui o 1º passo.


 O Borges no seu posto de trabalho com a sua máquina de escrever. Ao fundo, o cofre da secretaria.


Embarque da Companhia 2700, a 24 de Abril de 1970, na Gare Marítima de Alcântara, no navio “Carvalho Araújo"


No alto mar, o “Carvalho Araújo, cruzou com o navio “Vera Cruz”. A foto mostra esse momento, que muitos ainda devem ter em recordação.


Desembarque da nossa Companhia no cais de Bissau, pela manhã do dia 1 de Maio de 1970.


Ainda não estavam construídas as casernas, mas já havia um marco de correio na cantina primitiva… É uma foto dos primeiros tempos em Dulombi…


O “vagomestre” lá comprou mais um boi, para a alimentação da Companhia. Antes do animalzinho ser abatido ainda se faziam estas “traquinices”, vendo-se o Timóteo montado no dito boi. Outros elementos da Companhia, nomeadamente o Borges, completam a “pega” de cernelha…


Perto de Dulombi, corria o riacho Fandauol, que secava no Verão (Ver Post 158, sobre as pescarias neste riacho). Na imagem visualizam-se alguns elementos da Companhia  a aproveitar a brisa mais fresca destas águas correntes e, quiçá, dar também um mergulho…


Ocasionalmente,  Dulombi era visitada por artistas musicais indígenas, que dançavam e cantavam ao som de “tambores” e outros instrumentos.

Lembro-me que, quando se oferecia dinheiro aos tocadores, logo era cantado um tema em honra do ofertante. Assim aconteceu comigo, e, depois de lhes dar uns pesos, logo o meu nome foi pronunciado em cânticos de agradecimento.
São usos e costumes locais, tais como as Janeiras e Reis que se cantam em Portugal de porta em porta, dando-se os “vivas” aos donos da casa, muitas vezes com quadras cujos nomes dos “da casa” entram nos versos cantados. No fim e na maioria das vezes, também há as ofertas de dinheiro ou de géneros alimentícios.


Elementos da Companhia no Restaurante “Pato” em Bafatá. 
Á esquerda, o Pinheiro (1.º Pelotão), ao centro, de pé, o Ventura, de Portimão e à direita ao Maia da Cunha. De costas, por trás do Ventura presumo ser o Lemos (nota do editor)

Outras fotos deverão existir, como inéditas, espalhadas por muitos recantos de Portugal. Ficamos à espera da colaboração dos elementos da 2700.

Um abraço do Borges a todos os camaradas da Companhia.

Ricardo Lemos

quinta-feira, 16 de junho de 2011

P239: O REGRESSO DULOMBI-LISBOA (6.ª PARTE)

 O cais de Cumeré.
 
No dia 11 de Março de 1972 a Companhia partiu com destino a Cumeré, ficando a aguardar transporte aéreo para a Metrópole, o que aconteceu a 22 de Março de 1972. Entretanto, durante este período, o pessoal dispersava por esta pequena cidade, preparando-se para o regresso e, nada melhor que uns banhos de sol depois de um mergulho no rio Geba…

   Ao fundo, algumas instalações ribeirinhas de Cumeré

  Na apanha de ostras no rio Geba, sendo identificáveis o Lemos e o Enfermeiro Santos.

   Numa das esplanadas de Cumeré.

Outra imagem, principalmente de condutores e mecânicos, numa das esplanadas da cidade, saboreando uma cerveja fresquinha, gozando os últimos dias antes da partida para a Metrópole.

 E chegou a hora da partida… Enquanto esperávamos na gare do aeroporto, as malas eram transportadas para o avião, um Boeing novíssimo em folha…com o número 8801.

 O avião, em plena ascensão, proporciona as primeiras imagens aéreas dos arredores de 
Bissau…

 Vista aérea de Bissau. 
Os dois momentos cruciais da nossa Companhia encontram-se: a chegada por via marítima, vendo-se o cais de desembarque (Pidjiguiti) e a Avenida Marginal com as suas palmeiras, e a partida, em pleno voo.
O Boeing continua a proporcionar excelentes imagens aéreas. 
 As características do terreno guineense começam a definir-se. Na imagem visualiza-se o sinuoso rio Geba com  zonas fortemente arborizadas, outras pantanosas onde são visíveis talhões de cultivo do arroz. 
 Zonas pantanosas 
O Rio e os seus pequenos afluentes, a floresta, as zonas pantanosas… imagem emblemática da Guiné

  Neste troço de rio, visualiza-se um cais e umas instalações. Que nome terão?

A última imagem. Há um desnivelamento entre o caudal do rio resultante do extenso paredão que se vislumbra 
 O pôr-do-sol. 

Já distante, ficou Dulombi, Bissau, a Guiné…
Para alguns, foi a despedida definitiva, a última imagem da aventura, o adeus àquela terra que, com suor, sangue e lágrimas a Companhia 2700 aí lutou estoicamente cerca de 700 dias infinitos…e estou a falar daqueles que já partiram…
Para os que permanecem, esta imagem poderá repetir-se… é só dar um passeio até Dulombi…
Quem sabe…
O Mundo dá muitas voltas…
E o aeroporto fica mesmo perto de minha casa…
O pôr-do-sol…
 
 Ricardo Lemos

segunda-feira, 13 de junho de 2011

P238: OS SANTOS POPULARES EM DULOMBI - RICARDO LEMOS

Junho é o mês dos Santos Populares.
Santo António a 13, São João a 24 e São Pedro a 29.
Sardinha assada, bailes pelas ruas, arraiais com foguetes, as marchas populares desfilam pelas ruas e avenidas, dão-se com martelinhos de plástico e alho-porro nas cabeças das pessoas, manjericos e versos populares: assim é a tradição portuguesa no mês de Junho:
 São bailes populares
Como estes não há igual
Lusos p’lo Mundo inteiro
Têm saudades de Portugal

Em Dulombi esta data não foi esquecida, e graças à boa disposição de um grupo folião, relembraram-se as marchas populares, com arcos e tudo… a desfilar pelas “avenidas” da tabanca de Dulombi…
Alguém se lembra? A imagem recorda esses momentos de diversão, no longínquo ano de 1971.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

P237: O REGRESSO DULOMBI-LISBOA (5.ª PARTE)


Depois do desembarque, no cais de Bissau, a Companhia 2700, espraiou-se pela cidade, em grupos formados ordenadamente, saboreando o fim da Comissão, qual viagem de férias a um novo destino desconhecido, espreitando as possíveis lembranças a adquirir nas montras da baixa da cidade, onde não faltavam lojas de electrodomésticos, de fotografia, de pronto a vestir, de produtos regionais, etc., ou então saboreando uma refrescante cerveja numa esplanada a contento acompanhada por tremoços ou amendoins ou, até, deliciando-se com um aromático cafezinho no famoso café-esplanada Pelicano, ou no buliçoso café Bento ou noutro local aprazível.
Na hora do almoço, poderíamos saborear as deliciosas ostras na casa Pintosinho, ou frequentar outros emblemáticos restaurantes da zona como o restaurante Solmar e muitos outros cujos nomes estão no rol do esquecimento.
 A ferrugem…e não só, posando na Avenida da Marginal de Bissau, antes da partida para Cumeré. 
É interessante realçar que alguns dos elementos que se encontram nesta foto estiveram no nosso encontro anual de 2011, em Abrantes. 

 Bela imagem da estrada Bissau-Cumeré. 
A paisagem está repleta de termiteiras (baga-baga). Estes montículos de terra endurecida abrigam uma comunidade de térmites (cupim) e podem atingir até cerca de 8 metros de altura.
Os cupins são insectos sociais, formando colónias e vivendo em comunidades organizadas com rei, rainha, operárias e soldados. Existem cerca de 2.200 espécies de cupins. As térmites constroem o baga-baga com a secreção de saliva misturada principalmente com o pó de terra fazendo daquela obra de engenharia (arejamento, climatização e arrumação) o seu habitáculo.
A especialização faz os indivíduos de uma colónia possuírem diferentes formas devidamente adaptadas á função que irão desempenhar.
E a Berliet continua estrada fora… 

 A coluna de Berliets, transportando a Companhia 2700 para o Cumeré. Pelo menos visualizam-se 12 destas viaturas.

  Outra imagem da coluna.
                O Furriel Soares, de pé e no lado esquerdo frontal da viatura, encontra-se de braços abertos, exteriorizando a sua alegria por este momento…de regresso.

Outro aspecto da coluna militar a caminho do Cumeré.

 Uma paisagem da viagem Bissau-Cumeré


Continua no próximo POST.
Ricardo Lemos