segunda-feira, 22 de agosto de 2011

P248: RELÍQUIAS FOTOGRÁFICAS DO SILVA SOARES

            António da Silva Soares, ex-1º cabo radiotelegrafista, mora actualmente em Fiães. (Fiães é uma cidade e freguesia do concelho de Santa Maria da Feira, com 6,58 km² de área. Situada a cerca de 11 km da sede concelhia. Confina com as freguesias de Caldas de São Jorge, Lobão, Sanguedo, Argoncilhe, Mozelos, Lourosa e São João de Vêr).

Reformou-se em Janeiro de 2011, tendo sido motorista de pesados na área de distribuição da empresa J. Nunes e Ribeiro, Lda.

Dedica-se nos seus tempos livres à agricultura caseira e a pequenos arranjos na construção civil.

Continuamos com o tema proposto no Post 240 e esperamos que a continuidade seja duradoira. O António Soares gentilmente cedeu algumas das suas “relíquias fotográficas” para publicação no nosso Blog.

Um abraço do António Soares para todos os Dulombianos.
O António Soares, com as suas 63 primaveras, comemoradas no dia 23 de Junho de 2011.


Deixando-nos entregues à guerra, o Carvalho Araújo retoma o caminho de Lisboa


Desfile de recepção em Brá, a 5-5-70
O Capitão Carlos Gomes cumprimenta as entidades oficiais.


Os alfaiates Quintas, Soares e Luís


Rebocando a primeira viatura a accionar uma mina, 1970


A equipa de transmissões da Companhia.
De pé: Barreiros, Costa, Soares, Luís, Marinho. Á frente: Brunheta, Portugal, e Quintas.


O Soares posando com uma bazuca



A bajuda Junçana


A picada Dulombi-Galomaro, no tempo das chuvas


Dando instruções de rádio ao MIKE

O MIKE era um gato, adoptado como mascote das transmissões. Certo dia, o Ramos, quando estava de vigia nocturna num dos torreões, matou-o a tiro de G3, pensando ser o inimigo a querer infiltrar-se na tabanca.

Tempo de caça….
Picada de Dulombi, logo depois da pequena ponte do rio Fandauol


Na foto, o Tango-Mike, mascote dos elementos das transmissões, que viria a falecer pouco dias depois da Companhia sair de Dulombi.

Segundo conta o Soares, o bichinho, pressentindo que os seus “amigos” donos o iriam abandonar, deixou de comer, até morrer. Os radiotelegrafistas ainda ficaram em Dulombi mais 3 semanas, visto que os “Periquitos” não tinham radiotelegrafistas, e tudo tentaram para o salvar, mas não houve possibilidades…pois a 2700 veio embora.


Matos, Soares, Brilha e Luís

A história do porco que era porca
Nas Transmissões era costume comemorar os aniversários dos seus elementos no café Borges ou no refeitório.
Naquela altura, os familiares dos aniversariantes costumavam enviar pelo correio, uns salpicões, uns presuntos, umas garrafas de vinho de qualidade, uns queijos da serra, etc.
Por outro lado, costumava haver a matança dum porco, que depois de cozinhado, se juntava aos petiscos mencionados, e lá se fazia a festança.
Ora, o furriel Rico, aniversariante, comprou um suíno bem gordinho, a pensar que era um porco. O Brilha, matador oficial da Companhia, ao abrir o porco, foi com surpresa que viu 6 pequenas crias no seu interior, faltando pouco tempo para nasceram.
Afinal, era uma porca prenha…
Depois do espanto geral, lá se resolveu continuar a preparar a porca…


Esquartejamento da porca prenha
Presenças: "Braga" condutor, Folhadela, F. Maria Luís, ajudante do Vagomestre, Brilha, segurando uma perna da porca, Pinheiro, cozinheiro Machado? e Soares, a segurar a outra perna da porca.


Manga deles…a tomar banho na bolanha


Guiné, 1971. Gays em Dulombi…. Quem não tem que fazer… Ela: o Quintas com um florido lenço na cabeça. Ele: o Soares, todo carinhoso… Parafraseando Fernando Pessa: e esta hem!!!!!!!!!!!!!!!


Posto de rádio. O Tango-Mike e o Quintas. Em tempo de guerra não se escolhem operadores…

Na foto pode visualizar-se um rádio (NA-GRC9), de longo alcance, do tempo da 2ª guerra mundial, e que fazia as ligações a Bissau. Ao lado, um rádio mais moderno que o anterior e mais pequeno, que funciona através de canais. Era o RACAL.


Placa do heliporto. Homenagem merecida.


Viagem de Bissau para o Xime, com destino a Dulombi. 5-5-1970


Marchas de S. Martinho, 1970

Relativamente a estas marchas está ligada uma história sobre as quadras que foram exibidas em placards, conforme mostra a foto. Essas quadras estavam relacionadas com criticas feitas, principalmente, sobre a alimentação (rancho), o que originou o despoletar de um interrogatório aos componentes das marchas. Foi um eterno interrogatório sobre o passado civil dos intervenientes, nomeadamente se tinham conexões políticas, se pertenciam a algum partido político, se conheciam o partido comunista português, como eram os seus passatempos civis, etc., etc. Foi um desfilar de horas a fio, cada um esperando a sua vez de ser interrogado.
Conclusão: não houve nenhum processo disciplinar, pois chegou-se à conclusão que tudo não passou de uma brincadeira espontânea para comemorar as festas do S. Martinho, não havendo nenhum sentido político.


Para a ajudar a encher um pouco mais a pança, nada melhor como um pouco de música...
Na foto, o Soares, o Quintas, Portugal e o Patão cozinheiro, almoçando junto ao abrigo das transmissões.


A Bela (já falecida), bajuda de Dulombi e lavadeira de uns tantos camaradas

1 comentário:

Luís Dias disse...

Caros Camaradas

É com verdadeiro interesse que vejo as fotos aqui publicadas da vossa estada no Dulombi.
Fizeram-me lembrar também dos meus tempos naquele espaço.
O nome do Capitão CArlos Gomes que constava na placa do heliporto, teve de ser retirado por ordem do General Spínola, aquando da inauguração das instalações, referindo que para se deixar o nome na Guiné, tem de ali se deixar também a vida (!!!!). Assim a placa mudou para Heliporto do Dulombi.
Se alguém ainda se lembrar (Amigo Barata isto é para ti que eras o Cmdt do 2º Pelotão)da zona/local onde localizaram as tabancas digam-me (estou a tentar refazer o percurso da nossa zona, em termos de quem ali esteve, antes e depois de nós).
Um abraço
Luís Dias